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Do verde ao maduro
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Não foi fácil. O desabafo partiu do professor Afronsius, explicando para Natureza Morta que, escalado por uma sobrinha, saiu atrás do documento final da Rio+20. Para um trabalho escolar. Como sempre, o pedido era urgente urgentíssimo. “Pra ontem”.
– Levou bomba?
– Quase. Desesperado, pois não encontrava o dito cujo, fui direto à fonte. Dei com os burros n’água.

Fora das línguas oficiais

Como a ONU utiliza 6 línguas oficiais – árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo -, o vizinho de cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha ficou boiando até que surgisse a tradução para o português.
– E eu levando bronca. Como é, marcha lenta, encontrou?
A declaração final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável foi submetida no dia 22 de junho à ratificação de chefes de Estado e de governo da ONU. É um texto de 53 páginas, com o lançamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
O texto reafirma os princípios processados durante conferências e cúpulas anteriores e insiste na necessidade “de acelerar os esforços” para empregar os compromissos anteriores, homenageando as comunidades locais, que “fizeram esforços e progressos”.

Economia verde

Finalmente de posse do documento (tradução, traição? espero que não), o professor Afronsius comentou que um dos caminhos importantes para avançar no desenvolvimento sustentável são as políticas de economia verde.
Sem imposição, no entanto, de “regras rígidas”, respeitando-se a soberania de cada país. E mais: sem constituir “um meio de discriminação” ou “uma restrição disfarçada ao comércio internacional”. Mais ainda: tais políticas devem, também, “contribuir para diminuir as diferenças tecnológicas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento”, cabendo a cada país escolher uma abordagem apropriada.
– No papel, tudo muito bonito. Vamos ver na prática – emendou o solitário da Vila Piroquinha.
De qualquer forma, desejou todo o sucesso para a sobrinha do professor Afronsius. No trabalho escolar e na prática diária de vida, daqui pra frente.
Beronha, que acabara de chegar, declarou-se total adepto do verde:
– Mentruz, principalmente. Com cana, é claro.

Um PS que renova o velho alerta

A seção Achados&Perdidos, exclusiva do blog, pediu um post scriptum. Em julho de 2002, a Folha do Meio Ambiente advertia, na primeira página, a propósito do, então, seminário RIO+10:
– De Estocolmo a Joahnnesburgo, o Seminário Brasil RIO+10, realizado pelo governo brasileiro, em junho, com a presença do presidente Fernando Henrique e várias lideranças internacionais, deu três importantes recados: o mundo tem que zelar para que não se perca o legado da Rio’92; existe uma pressão total das lideranças ambientalistas mundiais para que Joahnnesburgo não vire a RIO menos 10; e que um fracasso da RIO+10 significa um fracasso geral: da ONU e de todos os governos do mundo.
O recado continua valendo.

ENQUANTO ISSO…


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