• Carregando...
E haja limpeza e perfumes
| Foto:

Marinheiro de primeira viagem em matéria de turismo na Europa, um cabôco que só conhecia coisas de Paris pelo cinema e fotografias, ficou um tanto quanto estarrecido diante do Sena. Pensava que era lindo, limpo, coisa de cartão-postal. Mas, em um trecho da caminhada, algo chamou a sua atenção: um pequeno barco junto a uma rede metálica colocada estrategicamente para reter o lixo. E era de todos os tipos e tamanho.

– Só faltou um sofá cama Gomes… – pensou.

De volta a Curitiba, por sugestão de um amigo leu Aroma – A história cultural dos odores, livro de Constance Classen, David Howes e Anthony Synnott, lançado no Brasil em 1996, pela Zahar editora, com apoio de O Boticário.

Até chegar à conhecida Água de Colônia, ficou sabendo que os rios de cidades da Europa eram verdadeiras cloacas. Em 1709, eis que surge a Água de Colônia, que, por supuesto, arrastou o nome da cidade. Na Idade Média, a região chegou a ser a maior metrópole da Europa. Ainda do livro: “na época, os banhos eram esporádicos por se acreditar que a água transmitia doenças, mas a sociedade local ansiava por cheiros melhores”.

Enfim, a “água maravilhosa”

“Um alívio aos olfatos da cidade veio de fora”, com o imigrante italiano Johann Baptist Farina. Ele vendia artigos franceses de luxo, mas o produto que garantiu vida longa aos negócios da família Farina foi a tal água. “A então chamada aqua mirabilis (água maravilhosa), que se tornou Água de Colônia em homenagem à cidade”.

O criador da água foi Johann Maria Farina, irmão de Johann Baptist, que assim descreveu o momento da concepção do aroma:

– Encontrei um cheiro que me lembra uma manhã na Itália, narcisos da montanha e folhas de laranja depois da chuva. Ele me refresca e fortalece meus sentidos e minha fantasia.

Apesar do “alívio aos olfatos”, a luta contra a poluição dos rios continua até hoje. Tanto que o caso do Sena volta periodicamente ao noticiário, como há duas  semanas atrás, com novas faxinas em suas águas.

ENQUANTO ISSO…

 

 

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]