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Por conta de uma novidade, centenas de curitibanos enfrentaram fila na madrugada de ontem. Era o lançamento do Iphone 5. O professor Afronsius leu a notícia na Gazeta do Povo: as operadoras abriram as portas no Shopping Barigui durante a madrugada e, exatamente à 00h01, iniciaram as vendas dos aparelhos.
Teve gente que já estava na fila desde cedo, a partir das 11 horas da manhã de quinta-feira.
– Com a novidade, ou nova novidade, como prefere Beronha, vamos ter mais coisas caindo em desuso – comentou Natureza Morta.

Queimando a língua

Numa sociedade altamente consumista, quase nada escapa do império do descartável. Mas, mudando de saco pra mala, contou que um amigo ficou contente ao ouvir, dias atrás, alguém dizer inhapa…
– Ganharíamos o jogo mesmo dando um ou dois gols de inhapa. Fazia muito, muito tempo, que eu não ouvia a expressão, que significa (ou significava) algo que se dá por cortesia, como vantagem a alguém.
– É, somos do tempo do Onça.

Sai de mim…

Permanecendo no tempo do Onça, o solitário da Vila Piroquinha disse que, em desuso mesmo, é a palavra miiolojia. Diante do espanto da plateia, explicou: miiolojia – tratado acerca das moscas.
Beronha fez que não era com ele.
É algo tão distante, hoje, como a expressão “sai de mim, calça de brim”, muito usada pelos bacanas de antanho quando se aproximava um mendigo, para pedir “uma esmolinha, por amor de Deus”.
Era posto pra correr. Pelo baixo preço do tecido, calça de brim tinha virado sinônimo de pobre.

O passado já usado

A propósito do assunto, Natureza indicou o Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Morta, do jornalista e escritor Alberto Villas, Editora Globo, 2012, que, aliás, confessa um sonho: de valsa.
E, citando Millôr Fernandes na abertura (“O futuro é o passado, usado”), nos oferece em 300 páginas exemplos da “língua morta”. Caso de maricas, tantã, serigaita, pula brejo, parentalha, estrupício, carro de praça, tranchan…
Diante do interesse do professor Afronsius, Natureza prometeu um exemplar do dicionário.
– Não será de inhapa. Mas presente de Natal, como o exemplar que recebi – encerrou Natureza.

ENQUANTO ISSO…


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