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Entre “signaes”, “logares” e “conducta”
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Para quem reclama das durezas (disciplinares) da vida, a seção Achados&Perdidos, exclusiva da coluna, encontrou na biblioteca de Natureza, na mansão da Vila Piroquinha, uma raridade. Um possível achado arqueológico. A edição é de 1937, sob os auspícios da Imprensa (sic) do Estado Maior do Exército: “Regulamento de continências, signaes de respeito, honras e cerimonial militar para o Exercito e a Armada”.
O regulamento foi aprovado pelo presidente da “República dos Estados Unidos do Brasil”, conforme o decreto número 1.662, de 20 de maio daquele ano. Assinado: Getúlio Vargas, general Eurico Gaspar Dutra e Henrique A. Guilhem. Vamos em frente, mantendo a grafia da época.
Sobre o aperto de mão, reza o regulamento que “é uma forma de cumprimento que o superior póde conceder aos seus subordinados. O militar nunca estende a mão ao superior na occasião de cumprimetal-o; mas se este o fizer, não póde recusar-se a apertal-a”.

Em locais públicos

Passo seguinte, aborda a “conducta do militar nos cafés, salas de diversões, repartições e outros logares”: “Quando um militar entra em um café, hotel, restaurante, sala de diversões, etc., percorre com o olhar o recinto afim de verificar se há algum superior em situação de poder observal-o; se houver, e se estiver perto, o militar, do logar em que está, faz-lhe continência e pede licença para sentar-se; se o superior estiver afastado, do próprio logar faz-lhe a continência e senta-se. As praças escolhem de preferência os logares mais afastados daquelle que está ocupado pelo official. Estando o militar em um desses logares e se entrar um superior, levanta-se ao avistal-o, ou ao passar este por elle, faz-lhe a continência e senta-se”.
Já nos “vehiculos de passageiros”, a praça “não poderá sentar na frente do superior, salvo si não houver logar atraz, caso em que pedirá licença ao mais graduado (ao que estiver mais accessível, se forem diversos da mesma graduação). Mesmo que não haja superior no vehiculo, a praça deve tomar logar na metade posterior, salvo si viajar em 2ª classe”.
E por aí vai, passando pelo “procedimento dos sub-tenentes, sub-officiaes, sargentos do Exercito e da Marinha, em traje civil” até “Excerpto do cerimonial marítimo”, onde trata do uso de bandeiras e insígnias “nas embarcações miúdas”, entrada de navios de guerra e “visitas entre as autoridades militares e navios”.
Espantado com o que ouviu de Natureza, Beronha comentou:

It’s not mole não…

ENQUANTO ISSO…


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