• Carregando...
Fazendo hora, ora
| Foto:

Beronha chegou para o dedo de prosa um tanto quanto acelerado, fora do trotear característico. Junto à cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha, após tomar fôlego, contou que tinha uma pergunta:
– Questão de alta indagação filosófica – segundo ele.
É que, no Bar VIP, aquele que ele só frequenta “ocasionalmente todos os dias”, alguém quis saber a origem da expressão hora H. Deu branco geral.

A onça com sede

Natureza Morta e o professor Afronsius lembraram que tem hora para tudo, inclusive a da onça beber água, a da bronca em casa (“Isto são horas?”), a hora média, a hora sideral. Quem sabe faz a hora, mas, às vezes, há dúvida quanto à hora H.
Com a providencial ajuda do Aurelião, a dupla – ou parelha, como prefere dizer nosso anti-herói de plantão, listou hora da onça beber água (hora de perigo; hora difícil); hora legal (intervalo de tempo igual para um determinado fuso horário); hora média (hora local, definida segundo o movimento do Sol médio); hora sideral (hora local, definida segundo a rotação das esferas das fixas); horas mortas (horas da noite em que tudo está em silêncio), altas horas (horas mortas); fazer hora (entreter-se ou ocupar-se em alguma coisa); fazer hora com (caçoar com, motejar ou zombar de alguém); fora de horas (tarde); isto são horas? (palavras que se dirigem a alguém que chega muito tarde) e pela hora da morte (por preço altíssimo, muito caro).

Do Dia D a Hora H

Segundo a seção Achados&Perdidos, exclusiva do blog, a coisa começou na 1ª Guerra Mundial (julho de 1914 a novembro de 1918). O exército britânico empregava o vocábulo D Day (Dia D), que acabou incorporado à linguagem militar de vários países, indicando uma data de referência. As vantagens: permanecia em segredo e era possível mudar a data aprazada sem provocar transtornos quanto aos preparativos para a operação. O Dia D para o desembarque aliado na Normandia, em 1944, na 2ª Guerra, por exemplo, era 5 de junho, mas foi alterado para 6 de junho. Para a “Operação Overlord”, o comando aliado tinha registrado o dia como D e, a hora, como H.
– Daí o Dia D ter gerado a Hora H.
Pronto para bater em retirada, enquanto Beronha se preparava para o desembarque no Bar VIP, o professor Afronsius aproveitou:
– E não podemos esquecer a hora de Matraga. “A Hora e Vez de Augusto Matraga”, novela de Sagarana, João Guimarães Rosa.
– De fato, novela que virou um belíssimo filme, de Roberto Santos, em 1965. Com Leonardo Villar no papel de Augusto Matraga. Mas quem roubou o filme foi Joffre Soares, como Joãozinho Bem Bem – aproveitou, de última hora, o solitário da Vila Piroquinha.

ENQUANTO ISSO…


0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]