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Guerra antiga, a “guerra volante”
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Em 1644/45, o Brasil enfrentava a maior potência do mundo ocidental. Errou quem não disse Holanda. Era a invasão holandesa, pouco ensinada nas escolas, mesmo antigamente, conforme Natureza Morta, que é do tempo do “grupo escolar e admissão ao ginásio”.
– Época em que se aprendia, inclusive, como redigir uma carta, um bilhete, um telegrama, um ofício. Redigir sabendo como tratar corretamente o destinatário, como, por exemplo, uma alta autoridade eclesiástica, um reitor ou magistrado. É… As coisas mudaram radicalmente, basta ver a “linguagem” do e-mail, com BJs e ABs.

Fator surpresa

Voltando à vaca fria: de posse da cidade do Recife, os invasores ameaçavam expandir a ocupação. Foi aí que, em 1646, o negro Henrique Dias, o índio Antônio Felipe Camarão e o português João Fernandes Vieira decidiram unir seus guerrilheiros contra o inimigo comum. Foi no Arraial Novo do Bom Jesus, no dia 1.° de janeiro. Era a “guerra volante” em marcha, agora em escala maior, para acossar os invasores, “não os deixando respirar tranquilos”.
O livro “Guerra de Guerrilhas”, de Gondin da Fonseca, parte da coleção Universidade do Povo, Editora Fulgor, 1963, aborda a reação brasileira. Cita, na abertura: “Como pode alguém entrar na casa do homem valente e levar dali seus bens se primeiro o não manietar?” Isso é bíblico, palavras de Cristo segundo Mateus, 12-29.

História Colonial

Capistrano de Abreu, em “Capítulos de História Colonial”, outra raridade da biblioteca de Natureza Morta, conta que, no primeiro combate, quando os grupos ainda agiam isoladamente, “a vitória ficou de nosso lado”. O combate ocorreu no monte das Tabocas, onde “muita gente combateu ainda de pau tostado e foice, por falta de espingarda”.
Frei Vicente Salvador, o primeiro historiador indígena da nossa terra, salienta por sua vez “o caráter da guerra de surpresas e emboscadas com que enfrentamos o poderosíssimo invasor e o estraçalhamos definitivamente nas duas batalhas dos Guararapes”.
Encerrando, o solitário da Vila Piroquinha citou P.M. Netscher, Lês Hollandais au Brésil: “As perdas enormes, em proporção ao pequeno número de tropas empenhadas na batalha, fazem dela (a guerrilha) um dos combates mais mortíferos de que há notícia. Foi também o golpe mortal para o poder dos holandeses no Brasil”.
Beronha, inesperadamente politizado, lembra que dessas batalhas nasceu o Exército Brasileiro e acrescenta:
– Viu? Não se metam com a gente. Fiquem longe da Amazônia e do pré-sal…

ENQUANTO ISSO…


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