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Haja fair play…
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Cidadão do tempo em que se dizia que, para segurar certos jogadores só mesmo à bala, Natureza Morta preferiu o silêncio respeitoso ao acompanhar Barcelona x Bayer Leverkusen, pela Liga dos Campeões.
Não foi para menos: 7 a 1, cinco gols de Messi.
– O jeito é recorrer ao fair play. Aplaudir e cumprimentar o adversário – ponderou o solitário da Vila Piroquina, até porque o time espanhol não se limita à genialidade do argentino. É excelente por inteiro, quase inacreditável. Não lhe cabe nem a (velha) máxima de que é ele e mais 10. No caso de parar à força, seria preciso mais do que bala: um ataque com bombardeiro B-57.
– Aquele da guerra do Vietnã.
Fair play? Beronha quis saber se era alguma nova tática.
– Fair play, jogo limpo, saber perder, perder sem perder a fleuma – esclareceu o solitário da Vila Piroquinha, um fã de Messi e do Barça, que não jogam, dão show, espetáculo que mais parece ritual de puro ilusionismo.
– O Barcelona é o Cirque Du Soleil. Só nos cabe agradecer e bater palma com vontade.

A cada vitória…

Vale o que sempre pergunta o Flávio Stege Júnior, o underdog do Luzitano: será que vai dar jogo? Ou seja, o adversário tem alguma chance de encarar, tornar a coisa competitiva? Diante do Barça é sempre difícil dar jogo. Só ele joga. Tanto que, na quarta-feira, um comentarista da TV matou a charada ainda no primeiro tempo:
– A defesa do Bayer está mandando a bola pra frente para ver se acontece alguma coisa…
De volta à mansão da Vila Piroquinha, Natureza mergulhou em suas elocubrações: no tempo em que o rádio era o único grande veículo, como os locutores de então, craques tipo Waldir Amaral e Oduvaldo Cozzi, iriam narrar/descrever um jogo do Barça de hoje, de modo que o ouvinte, em casa, pudesse ir montando mentalmente as imagens do que ocorria em campo?
Difícil. E foi dormir pensando ainda que, com mais um Messi em campo, estará decretada de vez a falência do futebol. Por falta de adversário.
O Messi do Santos é Neymar, mas o do futebol do mundo é o outro, o messiânico, como diz ainda o nosso amigo underdog. E já tem o Tello, 21 anos, que fez sua estreia na Liga marcando 2 gols.
Talvez só reste imitar Beronha, nosso anti-herói de plantão: vai ao cinema para torcer pro bandido. Ou, então, recorrer a brincadeirinhas, como a de que, se fosse o Bayer do Paulo Rink, a coisa seria diferente.

ENQUANTO ISSO…


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