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Humor de anteontem
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Depois de praticamente passar a véspera do feriado retido na fila para a fila do supermercado, professor Afronsius decidiu ficar em casa. Pretendia ir à praia, mas, imaginando como seria o retorno, não quis repetir o tormento.
Depois de incursões à locadora, à cata de clássicos do cinema, voltou ao humor de meio século atrás – para poder alimentar o dedo de prosa com Natureza Morta e Beronha, junto à cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha.

Da conta velha ao elogio

Foi assim que, curtindo inclusive a grafia da época, contou três piadas:
– O credor apresenta-se para cobrar uma conta muita antiga e encontra a família à mesa, em plena refeição.
– Ah!… Alega péssima situação, mas encontro-o passando a peru com farofa!
– Sabe por que é? Já não podíamos sustentar o bicho.
Natureza e o nosso anti-herói de plantão esboçaram um sorriso um tanto quanto forçado. Não adiantou. Veio mais uma.
– Indecisão.
Duas pulgas foram ao cinema. Ao sair, vêem que começa a chover, e por isto pergunta a primeira à segunda:
– O que fazemos? Voltamos a pé ou pegamos um cachorro?
O solitário da Vila Piroquinha quis saber se era humorismo de almanaque, tipo Almanaque Biotônico Fontoura.
– Não, da revista Grande Hotel, 1955, página Passatempos e Humorismo.
Para encerrar, já que se desenhava a chuva que religiosamente bate ponto em Curitiba a cada intervalo comercial da TV, disparou outra:
– George Bernard Shaw fazia a côrte (na época levava acento) a uma senhora, e lhe dizia que a achava muito bonita.
– Infelizmente – responde ela – não posso, em absoluto, lhe retribuir o cumprimento.
– Isso não custa, – responde o escritor – faça como eu: minta!
E o trio bateu em retirada, para desespero de Beronha. O Bar VIP da Vila Piroquinha estava fechado em respeito ao dia santo.

ENQUANTO ISSO…


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