• Carregando...
Ladrões de bicicleta (hoje)
| Foto:

A cena. Diante do Bar VIP da Vila Piroquinha, uma reluzente bicicleta atada a um gradil com corrente e cadeado chama a atenção. Para surpresa de muita gente, não tinha a roda dianteira.

– Ué, roubaram a roda?

Não. A roda estava com o ciclista, sob a mesa do bar. A partir daí, professor Afronsius descobriu, pedestre que é há muito tempo, que não basta mais acorrentar a bicicleta. Ladrões utilizam alicates especiais para cortar cabos de aço, fazem o serviço e dão o pinote. Assim, o jeito é tentar dificultar ao máximo a investida dos gatunos. E, claro, fugir pedalando uma magrela de uma roda só é coisa para artista de circo. Com todo o respeito ao pessoal malabarista de circo.

Outra informação, inédita para ele: há bicicletas e bicicletas. Algumas chegam a custar quase 7 mil reais, quando não as feitas sob encomenda, que chegam a 20 mil. Assim, por via de consequência, surgiram quadrilhas especializadas em deixar ciclistas a ver navios, se isso for possível. Segundo a turma da bike, por conta inclusive da alta incidência de impostos, as bicicletas no Brasil se tornaram mais caras do mundo.

Se serve de consolo…

O furto (ou roubo) de bicicletas, no entanto, não é um privilégio dos brasileiros. Trata-se de um problema mundial. Exemplos: em Amsterdã, Holanda, circulam 700 mil. Os casos de afano chegam a 100 mil por ano. Em 2007, Paris oferecia 20.600 bicicletas do modelo Vélib, alugadas a um euro a hora. Em dois anos, 80% foram depenadas ou roubadas. Na China, o roubo de bicicletas é um dos crimes mais comuns. Consta que, só em Pequim, acontece um furto a cada segundo.

Vai daí que, além da corretagem de seguros, como no caso de automóveis, já inventaram um chip eletrônico para “localizar e recuperar bicicletas”.

Um drama do pós-guerra

Bicicleta? Natureza Morta automaticamente foi remetido a um clássico do cinema. Ladrões de Bicicleta (Ladri di Biciclette), 1948, de Vittorio De Sica. Antonio Ricci (Lamberto Maggiorani) é um trabalhador de origem humilde que, na Roma arrasada pela II Guerra, consegue um emprego. Mas, para sair colando cartazes, teria de se apresentar no serviço com uma bicicleta. Penhora as roupas de cama da casa e compra uma, mas, para desespero dele e da família, a bicicleta some, é furtada. Antonio sai junto com o filho Bruno (Enzo Staiola) para procurá-la pela cidade. Um drama terrível. Realmente terrível, era uma questão de sobrevivência.

ENQUANTO ISSO…

25 marco (1)

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]