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Mais um achado do que perdido
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“Uma das missões da grande literatura: despertar o homem que viaja para o patíbulo”. Ernesto Sábato em “O Escritor e seus Fantasmas”, Editora Francisco Alves. Natureza Morta não localizou o livro, nem mesmo no anexo 2 da biblioteca da mansão da Vila Piroquinha, mas, em compensação (“uma baita compensação”), a seção Achados&Perdidos, exclusiva do blog, trouxe um recorte de jornal. Margens amareladas. Matéria de Marcos Santarrita, sobre o lançamento do livro de Sábato. Detalhe: o texto saiu no Jornal do Brasil, em 1982, no saudoso Caderno B.

Questão de ofício

Aproveitando a pausa para o chá das cinco (regado também com Vodka Bakunin, para atender Beronha), o solitário da Vila Piroquinha leu em voz alta um trecho:
– Para os leitores do grande romancista argentino e para os estudiosos do fenômeno literário em geral, este livro é muito mais do que um ensaio; é o depoimento de um homem lúcido – lúcido até o desespero – refletindo sobre seu ofício, sobre a literatura, sobre o destino do ser humano.
Beronha, nosso anti-herói de plantão, concordou:
– É por isso que eu bebo. Ocasionalmente todos os dias…
Ainda pelo texto de Santarrita ficamos sabendo que Sábato (1911 –2011) foi físico de profissão: daí o seu conhecimento abranger tudo, desde ciências exatas até as escolas filosóficas, dos gregos aos dias atuais. “Isso lhe permite tomar uma posição ex catedra no grande debate intelectual que, desde o princípio da civilização, caracteriza o conhecimento humano: que deve predominar, na interpretação do mundo, a razão ou a emoção? Como nenhuma das duas tem condições de enfrentar a tarefa, ele não hesita – a resposta está no romance, no romance total”.

Tudo é saber

Assim, “para a compreensão do destino humano, tem-se de arrolar tudo: razão, ciência, superstição, magia, emoção – e quem, melhor que o romancista, pode conseguir isso?”
Encerrando a leitura do texto do JB, Natureza citou de cabeça uma frase do escritor argentino:
– As ficções salvam os que as escrevem e os que as lêem.

ENQUANTO ISSO…


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