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Não é bem o que falamos
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Dia desses, durante um arranca-rabo no Bar VIP da Vila Piroquinha (futebol, como sempre), alguém disparou contra o oponente:
– Seu… Seu preboste!
Silêncio geral no digníssimo estabelecimento.
Até que a vítima, fleumaticamente, reagiu com um agradecimento:
– Obrigado pelo elogio, não mereço tanto.
Ao comentar o episódio com Natureza Morta, professor Afronsius teve que explicar para Beronha que, embora pareça e soe como um palavrão, preboste nada mais é, ou era, um antigo juiz militar.
– Ainda bem que o cabôco não falou prebostado… Que vem a ser, ou vinha a ser, alguém que ocupava o cargo de preboste – acrescentou Natureza.

O que é tudo de bom?

E a conversa junto à cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha prosseguiu. Muitas coisas não fazem sentido na vida. Ela própria, inclusive. Entre coisas pro forma, ditas por mera formalidade, temos a despedida, o tchau.
Mas, por exemplo, desejar “bom trabalho” ao carrasco que aciona a guilhotina tem sentido?
Mais ainda: vale desejar “tudo de bom, sucesso” a um dono de funerária? Esfregaria as mãos e esperaria ele um montão de “clientes” no dia seguinte?
E sugerir ou convidar um anacoreta para uma balada?
Também por conta de bola fora sem ter essa intenção, que tal bater no peito e garantir “sou mais você e não abro” ao marcador do Messi?
Ou citar carta de alforria a um senhor de escravos, presentear com um tambor treme terra um exímio violinista ou esperar que a torcida do Barça venha a pedir “bola pro mato!”. Em coro.
– Só falta falar de corda em casa de enforcado – encerrou o professor Afronsius.

ENQUANTO ISSO…


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