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Não estamos sós
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Por conta do Banco do Vaticano, que voltou às páginas policiais, o professor Afronsius, vizinho de cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha, lamentou que em nenhum lugar do mundo estamos livres da gatarada.
Natureza Morta aproveitou que contar uma velha piada: uma senhora cruzava todo o santo dia a fronteira da França com a Espanha, montada numa bicicleta. As idas e vindas despertaram a suspeita de um guarda. Mas, por mais que revistasse a sacola da velhinha, pendurada na bicicleta, não encontrava contrabando. Anos e anos se passaram. O guarda se aposentou e, um belo dia, encontrou a mulher. Não pretendia morrer sem saber a verdade. Agora, com ele já na inatividade, ela poderia abrir o jogo, sem risco de prisão.
– Eu sei que a senhora, com sua bicicleta, transportava muamba diariamente. Era contrabando, claro, mas, afinal, pelo amor de Deus, o que a senhora contrabandeava?
– Ora. Bicicleta, meu filho.

Coisa velha na Novacap

O professor Afronsius mudou o foco para o Brasil. Na época da construção de Brasília, 1960, foi constituída a Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital), para gerenciar as obras. Um dos golpes mais comuns ocorria na entrega do cimento: um caminhão entrava no canteiro de obras, era anotada a entrada, e ele saía pelos fundos, para entrar novamente. A operação se repetia dezenas de vezes. Uma simples carga de cimento passava pelo milagre da multiplicação – do preço. Faturas milionárias.
– Mão no jarro. Há milhares de formas, sem necessidade de, literalmente, meter a mão no jarro.

Já no Vaticano…

Sobre faturamento e faturamento, Beronha cobrou mais detalhes do novo rolo com o Banco do Vaticano. Ettore Gotti Tedeschi foi destituído do cargo de presidente por conta de investigação por lavagem de dinheiro e suspeita de vazar informações confidenciais para favorecer interesses pessoais. Segundo notícias da briosa, brava e indormida imprensa, a decisão ocorreu no momento em que o Vaticano se esforça para “demostrar transparência financeira em meio a uma série de escândalos”.
Em 2010, o Papa Bento XVI chegou a aprovar uma lei para combater a lavagem de dinheiro nas instituições do Vaticano e, em abril passado, “ordenou a criação de uma comissão, formada por três cardeais de sua confiança, para investigar o vazamento de informações confidenciais”.
Nos anos 1980, a instituição bancária da Santa Sé enfrentou turbulências com escândalos em série. O arcebispo norte-americano Paul Marcinkus estava metido neles. Era conhecido como “o banqueiro de Deus”. Dirigiu o Instituto de Obras Religiosas (Banco do Vaticano) entre 1971 e 1989. Foi obrigado a pedir o boné após a falência (fraudulenta) do Banco Ambrosiano, de que o IOR era o principal acionista.
O rombo chegou a milhões de dólares. E até a Máfia foi passada para trás.
– É, haja jarro…

ENQUANTO ISSO…


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