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O bolão e as bolinhas
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Inevitável. Até porque o mais que previsto de fato aconteceu. Diante do leve espanto de Natureza Morta (“meu vizinho acordou hoje muito sibilino”), o professor Afronsius tratou de explicar. Estava se referindo à festa dos melhores do mundo, da Fifa. Que a escolha recairia sobre Lionel Messi, todos sabiam. Daí o inevitável: já que não dá para falar mal do cara, dentro ou fora de campo, criticar o quê?
– O smoking com bolinhas brancas, por supuesto.

Mais uma vez

A unanimidade é algo quase inalcançável, mas até nisso o argentino é um nota 10. Eleito o melhor jogador do mundo pela quarta vez consecutiva, superando Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, e o companheiro de Barcelona Andrés Iniesta.
Quanto ao smoking com bolinhas brancas, Natureza morta recorreu a um comentário muito comum, antigamente, para a pessoa dizer que estava “tudo em cima”:
– Tudo azul com bolinhas da mesma cor.

Há Oscar e Oscars

Ainda por conta do breve ataque de nostalgia, o solitário da Vila Piroquinha citou o caso de Marlon Brando. Em 1973, quando ganhou o segundo Oscar pelo filme “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola, foi personagem de “uma das histórias mais curiosas da cerimônia da Academia”, como classificaram alguns jornais da época.
Não compareceu, deu bolo, talvez parodiando a máxima de Groucho Marx, que dizia não frequentar clubes que o aceitavam como sócio.
Aliás, atalhou o professor Afronsius, Groucho tem outra ótima, e ainda atualíssima:
– Para mim, a televisão é muito instrutiva. Quando alguém a liga, corro à estante e pego um bom livro para ler.
Voltando a Brando: quem o representou foi uma suposta índia de nome Sacheen Littlefeather. A jovem dispensou o chorrilho de agradecimentos de praxe e tascou um discurso contra a discriminação contra os nativos. Descobriu-se depois que ela não era descendente de indígenas, mas uma atriz desconhecida.
– Meu nome é Shasheen Littlefeather. Eu sou uma índia apache e estou aqui representando Marlon Brando que mandou dizer que não aceita o prêmio em sinal de protesto pela imagem falsa que o cinema e a televisão projetaram do índio norte-americano.
E afirmou que esperava ver Marlon Brando juntar-se aos índios rebelados de Wounded Knee.
Depois das vaias do público, pipocaram alguns aplausos educados.
Entre a verdade e a lenda, imprimiu-se a lenda.

ENQUANTO ISSO…


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