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O homem e a roupa
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Uma velha propaganda, ou reclame, garantia que “a roupa faz o homem”. Ou seja, bem vestido, o cabôco é gente. Coisa da Casa Grande, das európias, como diz Beronha. A coisa ressurgiu na cabeça do professor Afronsius por conta de uma breve conversa com um corretor de imóveis, na Curitiba do BUMM imobiliário.

Acostumado a trabalhar razoavelmente bem vestido, viu-se obrigado a usar terno e gravata no meio da semana, por conta do lançamento de um (ou mais um) grande empreendimento. O paletó até era dispensável, mas a gravata, não.

Se a roupa realmente faz o homem, concluiu professor Afronsius com seus botões, há pelo menos uma dúvida razoável quanto a isso.

No mato, de terno e gravata 

No seu tempo de jovem repórter, em O Estado do Paraná, era norma ir trabalhar de terno e gravata. Explica-se: o geraldino, jornalista da então chamada reportagem da geral, poderia ir cobrir algum evento no Palácio Iguaçu, Tribunal de Justiça, Cúria Metropolitana ou QG da 5.º Região Militar – ou ser despachado para a favela da Vila Pinto por conta de um assassinato ou acidente. Daí a exigência de estar preparado, na vestimenta, para o que der e viesse.

Foi numa dessas (acidente com o avião militar em que viajava o general de divisão João Francisco Moreira Couto, em fevereiro de 1967, para inspecionar unidades sob seu comando) que acabou no meio do mato, na divisa com Santa Catarina, acompanhando os bravos soldados do COE – Corpo de Operações Especiais da PM. A tentativa por terra para chegar aos destroços, abrindo picadas e atravessando rios, durou mais de dois dias.

Sujo, faminto e cansado, mas de terno, gravata e sapato social, tratou de levar a cabo a sua missão profissional. Com o mesmo empenho de quando pautado pela chefia de reportagem para coquetéis ou outros rega-bofes oficiais.

Já o seu amigo corretor não levou sorte em seu trabalho. Mesmo na fatiota, não saiu do evento com uma encomenda.

Coisas da vida. Ou, quem sabe, os eternos cavacos do ofício.

ENQUANTO ISSO…

26 abril (1)

 

 

 

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