No livro (autobiográfico) Meu Último Suspiro, lançado no Brasil em 1982, Luis Buñuel faz uma radiografia do cliente de bar, concluindo que o freguês é movido por dois objetivos:
– Participar de uma peña, algo como um alegre e barulhento reencontro com amigos, ou simplesmente ficar bebendo e olhando, tal qual um guru de monastério, para a parede.
Assim, o guru de monastério fica irritado com comportamento de certos frequentadores de botecos, aqueles que falam alto como se tivessem um megafone embutido na garganta. A propósito, na edição de 15 de março da Carta Capital, no Papinho Gourmet, Marcio Alemão aborda o assunto. Título: Apocalipse gourmet.
– Vamos a eles, a dois senhores duas mesas à esquerda. O tom de voz de um deles não deixou dúvida: ele sofria de algum distúrbio mental ou era portador de uma importante deficiência auditiva. (…) A vontade foi dar um pulo até a banca de jornal mais próxima, comprar uma buzina a gás, voltar e acioná-la na orelha esquerda do berrador. Ainda bem que não o fiz. Faltariam buzinas, faltaria gás. Aos poucos outros coleguinhas foram chegando, tomando conta do ambiente e vociferando, urrando. Conrad, Joseph Conrad, reescreveria o seu clássico Coração das Trevas se tivesse participado daquele encontro. O horror! O horror!
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