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O mar, berço e sepultura
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Houve quem desistisse logo nas primeiras semanas. Houve quem considerasse que seria uma missão impossível. Houve outras que acharam pura perda de tempo e desperdício de dinheiro.
Mas, na semana passada, autoridades francesas anunciaram a conclusão dos trabalhos de resgate de um corpo do voo AF-447, que caiu no Atlântico no dia 31 de maio de 2009. Antes, o robô Remours 6000 recuperou as caixas-pretas do avião, que se encontravam a uma profundidade de quase 4 mil metros.
Foi o resultado da persistência, da solidariedade, do treinamento e da alta tecnologia. Fruto também de uma velha paixão pelo mar, como comentou Natureza.
Não por mero acaso a França deu ao mundo gente como o comandante Jacques Cousteau, que, entre outras coisas, inventou o aqualung – sistema de respiração autocontido. Ele, Cousteau, e Émile Gagnan. Isso foi em 1942. E, graças ao chamado mergulho autônomo, os velhos e pesados escafandros puderam ser deixados de lado.

Calypso

Jacques-Yves Cousteau (Saint André de Cubzac, 11 de Junho de 1910 — Paris, 25 de Junho de 1997) foi oficial da marinha, oceanógrafo internacionalmente conhecido por suas pesquisas, a bordo do também lendário Calypso.
Cousteau também desenvolveu aparelhos de ultra-som para levantamentos geológicos do relevo submarino e equipamentos para fotografar e filmar em profundidades abissais.
Em 1956, o comandante Cousteau ganhou o Oscar com o documentário “O Mundo Silencioso”, feito no Mediterrâneo e no Mar Vermelho. No total, ele e sua equipe realizaram 4 longas-metragens e 70 documentários para a televisão. Em 1965, criou uma casa submarina. E seis pessoas viveram por um mês a cem metros de profundidade.
Tal paixão levou Natureza a citar outro mestre, Júlio Verne (1828-1905), que trocou a carreira jurídica para produzir histórias de ficção científica como “Vinte Mil Léguas Submarinas”, isso em 1870, quando tinha 42 anos.
Verne, precursor do gênero de ficção científica, antecipou o futuro: em seus livros encontramos submarinos, máquinas voadoras e até viagem à Lua.

Nautilus

É por conta do Nautilus que Natureza carrega uma certa frustração. Lá pelos anos 1980, o solitário da Vila Piroquinha esteve nos Estados Unidos. Fez questão de ir à Disneylândia, em Orlando, Flórida. Só para conhecer de perto a réplica do submarino de “Vinte Mil Léguas Submarinas”.
– Foi um verdadeiro naufrágio, confessa.
O piscinão onde navegava o submarino do capitão Nemo estava em manutenção.
Restou a visão – pelo buraco de um tapume – do Nautilus numa doca seca. Pior ainda: sobre uma espécie de trilho que, piscina cheia, permitia ao submarino navegar, submergir e emergir, para deleite dos visitantes olhando através do grande olho da embarcação.

ENQUANTO ISSO…


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