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Onde vamos parar?
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Não dá para ignorar, até porque, quando você percebe, mesmo na faixa de pedestre e autorizado pelo sinal verde, tem um carro em cima. Ou, pior, um ônibus.
Foi com essa queixa que o professor Afronsius iniciou o dedo de prosa com Natureza Morta e Beronha, junto à cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha. Assunto: o trânsito em Curitiba. Por supuesto.

Cuidado na travessa

Um dos motivos do bate-papo trânsito foi a notícia sobre a outrora pacata e deserta Travessa da Lapa e os ônibus: nos últimos sete dias ocorreram dois acidentes graves na área, ambos envolvendo biarticulados. Imprudência aumenta probabilidade de acidentes, segundo o noticiário. Imprudência?
O presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba (Sindimoc), Anderson Teixeira, revelou que o recurso de acelerar e buzinar diante do sinal amarelo é uma recomendação aos motoristas dos biarticulados. Mas só em último caso.
– Em último caso? Ainda bem… – suspirou aliviado (mais ou menos aliviado) o solitário da Vila Piroquinha.

10 toneladas, 180 passageiros

Para o presidente do Sindicato, criticar os motoristas por esse procedimento é uma “forma errônea” de analisar a situação. “Ninguém vai furar o sinal, mas não dá para parar subitamente um veículo de dez toneladas, carregando 180 passageiros, quando aparece um sinal amarelo de uma hora para outra. O que deveria haver é uma margem de segurança maior no tempo do sinal”, declarou à Gazeta do Povo. Anderson sugeriu a instalação de radares.
– Evita acidentes e prova quem furou o semáforo.

Do inchaço ao Japão

Quando esteve em Tóquio, décadas atrás, Natureza ficou deveras impressionado com muitas coisas. Uma delas: para comprar um automóvel, o primeiro passo não era juntar ou exibir o dinheiro, mas provar – e muito bem provado – que o candidato a motorista com carro próprio possuía uma vaga para estacionar. Caso contrário, nada feito. Nem a pau, Juvenal.
Recentemente, conversando com o Ângelo, o da Volvo, ficou sabendo que a norma continua em pleno vigor. Lá, como se sabe, a falta de espaço é problema sério. Em todos os sentidos.
Já pelas nossas bandas, o que sobra é espaço. Falta, isso sim, cabeça, visão, planejamento, para que os problemas (previsíveis) sejam encarados com a devida e prudente antecedência.
A cidade cresce, ou incha, e, em ritmo alucinante, a frota de veículos acompanha. No entanto, ruas, becos, travessas e mesmo avenidas continuam do mesmo tamanho. Afinal, como diz Beronha, não são de borracha.
Em junho, a frota de Curitiba chegou à marca de 1.227.891 veículos, para uma população estimada pelo censo de 2010 em 1.746.896 habitantes. Basta ver a média veículo por habitante.
– E onde vamos parar nesse embalo? – interrompeu o professor Afronsius.
– Depende. A escolher. Pode ser Água Verde. Ou Santa Cândida. Ou Cemitério Municipal… – devolveu nosso anti-herói de plantão. O problema não é o gênio (ou os gênios) da lâmpada, mas colocar o bicho de volta na garrafa.
Mais prático e disposto a tomar outro rumo, Natureza lançou a sugestão:
– O jeito é se mudar para Guaraqueçaba, que tem a menor frota de veículos do Estado. Menos de quatro centenas!
– Por enquanto… Eram 367 no ano passado. Mas, neste ano, já pulou para 468… – fulminou o professor Afronsius.
Em todo caso, ou canaleta do expresso, fica a alternativa. Válida até porque Guaraqueçaba é quase um paraíso, beleza de lugar.

ENQUANTO ISSO (em clima de Olimpíada)…


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