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Quem bate? É ele…
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Chuva e frio. Foi difícil reunir a turma para o dedo de prosa junto à cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha. Mas, por conta da previsão (tomara que acerte), que anunciou temperatura em elevação a partir deste sábado, o professor Afronsius, Natureza Morta e Beronha iniciaram o papo: este junho vai entrar para a história de Curitiba.
– Um mês inesquecível como outros meses – comentou o professor Afronsius, citando “O Mez da Grippe e Outros Livros”, de Valêncio Xavier, Prêmio Jabuti 1999 de Melhor Produção Editorial, o 17 de julho de 1975, com a manchete do jornal O Estado do Paraná (“Curitiba branca de neve”), de autoria do jornalista Mussa José Assis, e o 31 de julho de 1928, quando a neve também pintou a cidade.

Branca de neve

Sobre a manchete do Mussa (edição de 17 de julho de 1975), Natureza contou que o jornalista estava na praia, mas, sempre ligado, ouviu no rádio que estava nevando. Pegou o carro – um DKV, salvo engano – e, enquanto subia a Serra, matutava sobre qual a melhor manchete a ser feita.
O título principal do jornal não poderia ser o óbvio, o previsível, limitar-se ao factual (neve em Curitiba, ou nevou em Curitiba), mas algo mais ousado, realmente marcante. “Curitiba branca de neve”.
– O Turquinho certou na mosca – completou o professor Afronsius, lembrando que a neve teve a mesma intensidade da que ocorreu em 1928.
Mais animado, Beronha começou a cantarolar o jingle das Casas Pernambucanas, que também marcava a chegada do inverno. Professor Afronsius e Natureza trataram de acompanhar nosso anti-herói de plantão. Ficou assim:
Toc, toc, toc!
– Quem bate ?
– É o friiiiooooo….
Não adianta bater, eu não deixo você entrar,
As Casas Pernambucanas é que vão aquecer o meu lar!
Vou comprar flanelas, lãs e cobertores eu vou comprar
Nas Casas Pernambucanas e, nem vou sentir, o inverno passar!

Os inconvenientes

Encerrado o papo, cada um pro seu canto. Beronha, no entanto, chama a atenção pelo jeito de andar, quase sem equilíbrio.
– Até parece um cavaleiro medieval, caminhando com dificuldade como se envergasse uma pesada armadura – arriscou Natureza.
– Pode ser, mas a armadura é bem íntima, são as ceroulas – justificou.
Pouco afeito a tais trajes, revelou que estava usando duas.
– Nunca se sabe se o frio vai aumentar ou se a previsão do tempo vai dar certo. Na dúvida…
– Bem pensando.
– O problema é andar. As pernas parecem sem dobradiça, plastificadas. Mas o pior mesmo é ir ao banheiro do Bar VIP satisfazer as necessidades fisiológicas…
Pano rápido. Ou, cobertor de lã.

ENQUANTO ISSO…


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