• Carregando...
Quem sobreviver, verá
| Foto:

Depois de quase ser atropelado pela traseira de um automóvel, Beronha chegou furioso à mansão da Vila Piroquinha:
– Assim não dá, assim não pode… – passou a reclamar. Mais calmo, após uma talagada de vodka Bakunin, explicou que deixava o Bar VIP, aquele que só frequenta “ocasionalmente todo o santo dia”, quando o motorista de um carro engatou a marcha à ré e saiu – ou voltou – em altíssima velocidade.
– Se eu não fosse ligeiro, essa hora estaria na fila de espera para dar entrada no IML…
Natureza Morta buscou mais detalhes do que o nosso anti-herói de plantão classificou de “violento e criminoso atentado em plena luz do dia”. O veículo percorreu quase uma quadra. Parecia, concluiu, o show Lights, Motors, Action!, da Disney, com perseguição, carros correndo para trás, saltos sobre caminhões e tiroteios.
O solitário da Vila Piroquinha aproveitou para contar que, recentemente, ao sair para um passeio, viu cenas como:
– Motorista dirigindo com os retrovisores externos, o esquerdo e o direito, fechados. Ou seja, não teria condições de ver nem o dedão do pé. Um outro, depois de muitas manobras, conseguiu estacionar com os pneus do lado direito sobre o meio-fio. Uma proeza.
Beronha:
– E tem barbeiro até com carrinho de compras dentro dos supermercados.

O Código e as promessas

Sobre marcha à ré, Natureza recorreu ao Código Nacional de Trânsito, artigo 194: transitar em marcha à ré, salvo na distância necessária a pequenas manobras e de forma a não causar riscos à segurança. Infração – grave; penalidade – multa.
– Via de regra, recomenda a prudência e o bom senso, no máximo 5 metros – emendou.
Prudência e bom senso? Acho que estamos perdidos. Até porque, caso o aumento do número de carros registrado nos últimos cinco anos em Curitiba se mantenha, teremos em 2015 um milhão de automóveis.
Em todo caso, a Secretaria Municipal de Trânsito entrou em operação nesta semana, prometendo, como prioridade, a mobilidade segura. E o prefeito endossou a promessa: – Até o final deste ano teremos grandes avanços na segurança e no ordenamento do trânsito da cidade.
Quem viver, verá. Será mesmo?

ENQUANTO ISSO…


0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]