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Rubro-negro. E da Baixada
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Graças à televisão, no caso a TV Brasil, mesmo a 768 km de distância, devidamente postado num bar de Curitiba, o Luzitano com Z, um torcedor não parava de roer as unhas durante o jogo Brasil de Pelotas x Vila Nova, disputado no Rio Grande do Sul. Série C do Brasileiro. Grande público e muita luta das equipes.

Instado por um outro freguês (“você é gaúcho?”), o sofredor respondeu que não.

– Torço para o Pelotas porque ele é rubro-negro. E, muito mais, porque ele também tem a sua santa Baixada.

Breno e Salustiano, o pontapé inicial

O Grêmio Sportivo Brasil foi fundado no dia 7 de setembro de 1911, mas, conforme o site oficial do clube, a história do GEP começa bem antes. No início do século XX, havia o Sport Club Cruzeiro do Sul, dirigido por funcionários da extinta Cervejaria Haertel, em Pelotas. “Apesar do âmbito social, nem todos os mantenedores da agremiação conviviam em harmonia, e de uma discussão nasceu o rubro-negro. O episódio aconteceu na sede do Cruzeiro do Sul, que ficava ao lado da fábrica. Certo dia, enquanto alguns colaboradores colocavam uma cerca ao redor do campo, os atletas apareceram para treinar. Automaticamente o time foi convocado a cooperar com a obra e adiar o treinamento. Mas o pedido (imposto) não agradou os jogadores, que, frustrados, foram embora”.

Dois rapazes, praticamente obrigados a abandonar o treino, “saíram caminhando juntos até parar em um terreno no centro de Pelotas para discutir a ideia de criar uma nova equipe”. Os dois inconformados eram Breno Corrêa da Silva e Salustiano Brito, e, “por ironia do destino ou não, o terreno onde eles pararam para conversar ficava bem próximo do local que hoje todo mundo conhece por Baixada, o estádio Bento Freitas”.

Breno e Salustiano resolveram marcar uma reunião para a fundação de um novo clube. O projeto prosperou. No dia 7 de setembro de 1911 nascia o Grêmio Sportivo Brasil. “Com S mesmo, como se grafava na época”.

O nascimento da torcida xavante

Ainda voltando no tempo. 1946. Brasil e Pelotas faziam o segundo clássico Bra-Pel pelo campeonato da cidade. Vencendo, o E.C.Pelotas seria tricampeão, “título que o clube perseguia ardentemente desde a data de sua fundação, em 1908. E o jogo já ia quase ao seu final, no primeiro tempo, com o placar de 3×1 favorável ao Pelotas, como espelhava o placar no estádio da Av. Bento Gonçalves”.

Mas, empurrado pela inflamada torcida, o Brasil acabou virando o jogo – 5×3! Incrível, fantástico, o que levou um torcedor de cabeça inchada a afirmar que eles, os adversários, dentro e fora de campo foram uns “bárbaros” no segundo tempo e, literalmente, ocorreu o que chamou de “uma invasão dos xavantes”.

É isso, arrematou Beronha:

– Rubro-negro é quem tem raça e não teme a própria morte.

ENQUANTO ISSO…

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