• Carregando...
Sai o sonho, entra o empadão
| Foto:

– Adeg informa: sai o carro do sonho e entra o carro do empadão e da torta.
Diante da surpresa de Natureza Morta, Beronha, nosso anti-herói de plantão, deu a notícia que corre de casa em casa e, principalmente, de barraco em barraco, na Vila Piroquinha, entre outros bairros de Curitiba.
O famoso carro do sonho (“que vai passando”) deu lugar a um outro, no mesmo molde e formato.
– O do sonho não tem dado as caras, ao contrário do outro – justificou Beronha, para quem, de qualquer modo, o sonho não acabou, já que tem rosquinha, coxinha e até carne de onça.
Como se dizia no seu tempo, Natureza ficou antenado. E confirmou a inesperada mudança.

O som que dá água na boca

O que tem circulado no meio da tarde na Vila Piroquinha é o carro do empadão e da torta. A convocação dirigida à freguesia é a mesma, concluindo sempre com o bordão “é o carro do sonho que está passando”, agora adaptado para empadão e torta.
Mudou o hábito ou a preferência da freguesia? O solitário da Vila Piroquinha ainda está investigando. Enquanto isso, aproveitou para explicar ao Beronha o que significava Adeg, que ele usou, mas nunca soube do que se tratava:
– Alguma multinacional? Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, talvez?
– Não, Adeg eram as iniciais de Administração dos Estádios da Guanabara.
– Guanabara?
– É, Guanabara, que depois virou Estado do Rio de Janeiro. Aliás, a Lei Complementar número 20, foi assinada por Ernesto Geisel em 1974, promovendo a fusão dos estados da Guanabara e do Rio.
– Nossa, os generais não só cassavam como até casavam estados… – espantou-se Beronha.

Como sonhar é preciso…

Pelo que se sabe – voltando ao carro do sonho, “Alfa é qualidade”, como anunciava sem cessar a gravação pelo alto-falante -, tal comércio…
Beronha interrompe: Ah! Descobri o verdadeiro, o genuíno comércio ambulante!
Voltando a fita: a tal venda de sonhos, pelas ruas, é bastante antiga na capital.
Resta saber, agora, se o dono do carro partiu para a diversificação, ampliando a lista de produtos em oferta, ou se o sonho cedeu o lugar para o empadão. E a torta.
– Vai ver que o empadão deu uma rasteira no sonho, para sorte da dona torta – completou o anti-herói.
O carro do sonho já mereceu reportagens da brava e indormida imprensa, na linha “pequeno negócio que deu certo”. Por isso, talvez o assunto volte à pauta.
Até lá, pelo menos na Vila Piroquinha, sonho – e sonhos – só na biblioteca de Natureza Morta ou na padaria do Márcio, que fica no meio da quadra.

ENQUANTO ISSO…


0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]