• Carregando...
Se a roupa faz o homem…
| Foto:

Quem tem amigo consumista está sujeito a tudo. Natureza Morta teve um exemplo disso, recentemente. Um “mano velho”, como diz, viajou para os Estados Unidos. Ou mais precisamente para Orlando, Flórida.
Como estava devidamente acompanhado da Romilda, a patroa, que ele “carinhosamente” chama de Meg quando está bem longe (isso mesmo, Meg, mas de megera), foi parar num shopping antes de botar os pés na Disney.
Depois de longa espera, enquanto Romilda “fazia algumas comprinhas”, nosso amigo, ou o amigo do Natureza, resolveu ir conferir.
E acabou numa seção de roupas masculinas. Fez, também, “algumas comprinhas”, inclusive as que resultaram em um lote de presente para o solitário da Vila Piroquinha.

Teste diante do espelho

Como em cavalo dado não se olha nos dentes, mesmo quando se trata de um dentista, Natureza aceitou de bom grado o presente. Roupas e mais roupas.
Movido pela curiosidade – “como aparentaria eu, posando de norte-americano?” -, fez um teste em seus aposentados. Não gostou do resultado.
Depois de despir-se da indumentária, tratou de conferir a procedência dos produtos, examinando, na parte interna, aqueles pedacinhos de pano branco com as informações.
Balanço final do inventário:
Boné da Indonésia.
Calça de Bangladesh.
Bermuda da Nicarágua.
Camisa do Egito.
Camiseta do Vietnã – igualmente “100% cottom” (será?).
Jaqueta do Lesoto. Havia outra, do Sri Lanka.
Tênis da China.
Meias da Índia.
Cueca da Tailândia.

Ato final, os dentes

Natureza quase se sentiu um homem “globalizado”, mas não gostou do resultado. Pensou imediatamente na exploração de mão de obra barata que campeia pelo mundo.
Único possível consolo: após o jantar, à base de muito feijão, farinha, arroz e bife acebolado – Beronha insiste no “bife acebolado sem cebola” -, seguiu para o banheiro, cuidar dos dentes.
Aí, ao pegar o fio dental, ou melhor, o dental floss, mais uma vez conferiu a procedência: made in USA.
Menos mal, mas como o fio dental foi parar lá? Também presente do amigo, ou uma lembrancinha, como justificou.
Afinal, bem brasileiro, ele também não resiste à tentação de pequenos furtos no banheiro do hotel, antes de enfiar a viola no saco e bater em retirada.

ENQUANTO ISSO…


0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]