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Se o hábito faz o monge…
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A imprensa deitou elogios para a chanceler alemã Angela Merkel. Não porque tenha ido ao fundo e anunciado algum novo plano mirabolante ou pacote de medidas na área econômica. É que foi ao fundo – do guarda-roupa – e desenterrou um vestido de gala de 2008.
“Em tempos de crise, Angela Merkel usa a mesma roupa escolhida para o mesmo evento há quatro anos”, festejaram quarta-feira alguns dos poderosos rotativos da briosa, brava e indormida imprensa. De lá.

E o terno do maridão?

Ao pinçar o assunto do noticiário, o professor Afronsius contou que Merkel compareceu à cerimônia de abertura do Festival de Bayreuth, na Baviera, dedicado a Richard Wagner.
Merkel estava acompanhada do marido, Joachim Sauer.
Natureza Morta quis saber da indumentária do cidadão.
– Não há registro quanto ao belo terno que usava. Nem sobre a gravata. Francesa, suponho. Afinal, é o maridão, primeira dama.
Na sequência, dirigiu mais perguntinhas ao vizinho de cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha. Afinal, justificou, estamos no aceso da crise, à beira do abismo, ou, abísssmoooo… um assunto que intere$$a ao mundo todo.
– O registro saiu na página de economia, política ou na seção de moda?
– Qual a relevância disso?
– Talvez tenha recebido rasgados elogios na parte de economia – e recebido chumbo grosso bombardeio na seção de moda. Tipo “que brega”, tremenda gafe, bola preta…

Ascensão e queda dos deuses

No mais, para encerrar o papo, o solitário da Vila Piroquinha aproveitou para falar do personagem, no caso, secundário, Wagner, compositor, poeta, dramaturgo e ensaísta. Compositor autodidata, aliás. Começou a estudar piano e contraponto aos 11 anos. Segundo livros e fascículos de coleções, inventou de novo estilo de ópera, “promovendo uma revolução musical em seu tempo; criou uma identidade coletiva e influenciou músicos de todos os períodos”.
Nasceu em 1813, em Leipzig, leste da Alemanha.
Foi em 1848 que Wagner iniciou o processo de composição do ciclo O Anel dos Nibelungos, obra com 18 horas de música e constituída por quatro óperas interligadas: O Ouro do Reno, A Valquíria, Siegfried e O Crepúsculo dos Deuses.
Morreu no auge da fama, no dia 13 de fevereiro de 1883. Foi enterrado na sua casa, em Bayreuth – o túmulo, ele mesmo tinha construído.
É de lembrar, porém, que, antissemita assumido, foi eleito pelo nazismo como “um exemplo da superioridade da música e do intelecto alemão”. Sem esquecer a antológica sequência de Apocalypse Now, 1979, de Francis Ford Coppola. O arrasador “balé” da morte (ao som da Cavalgada das Valquírias) no ataque aéreo regado a Napalm.
Triste epitáfio.

ENQUANTO ISSO…


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