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Sem defesa ou proteção
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Com exagero até compreensível, o professor Afronsius anunciou ter chegado a uma conclusão:
– O que já se publicou sobre corrupção no país, juntando-se toda a papelada, inclusive dos inquéritos, dossiês, processos, recursos e (as sempre rigorosas) apurações, não caberia nem na Biblioteca de Alexandria. Faltaria espaço.
Natureza Morta, no dedo de prosa com o vizinho de cerca (viva), viu-se obrigado a concordar. Até porque, comentou o solitário da Vila Piroquinha, ficamos sempre na ponta do iceberg.
Beronha concordou, com uma ressalva:
– Iceberg? Eu ainda prefiro Hunderberg.
E, sobre a farra com dinheiro público na Câmara de Curitiba, Natureza lembrou que um dos acusados, integrante da chamada bancada dos radialistas, foi coordenador do Procon. Ou seja, chegou a comandar a Coordenadoria Estadual de Defesa e Proteção do Consumidor.
– Ou seja, foi o encarregado de atuar na defesa e proteção do cidadão. Consumidor ou não.
A preço fixo
Está na Revista História da Biblioteca Nacional (“essa eu recomendo”, insiste Natureza), sob o título “O jeitinho do inquisidor”. A nota, a respeito da Inquisição portuguesa, conta que a perseguição a suspeitos de judaísmo não se limitou a Portugal. Atingiu também seus territórios coloniais, como o Brasil – “tudo por conta dos ancestrais judeus”.
Segundo a historiadora Anita Novinsky, os critérios de “pureza de sangue” não eram levados muito a sério em terras lusitanas. “Até mesmo nas barbas do Santo Ofício era comum o uso de artifícios para burlar a norma”. E cita o caso do inquisidor Martins Mascarenhas, que não tinha problemas em comprovar que alguns portugueses eram isentos de linhagem “infecta”. Para tanto, “bastava que o interessado lhe pagasse a quantia estipulada. Isso mesmo: o pouco ortodoxo inquisidor vendia certificados de pureza a preço fixo”.
Beronha:
– Adiantaria reclamar pro bispo?

ENQUANTO ISSO…


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