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Espionagem é algo tão remoto como a cobiça. Basta ver o que se passava na era dos grandes descobrimentos marítimos. Como contava com uma das mais detalhadas cartografias – ou planisfério -, Portugal era um dos alvos. Valia tudo para surrupiar informações. Ou repassar para a concorrência por baixo dos panos.

Carta em segredo?

No Brasil Colônia já se reclamava da violação de correspondência de súditos, autoridades e mesmo ordens enviadas pelo rei. Apesar de leis garantindo o “direito de correspondência por carta em segredo”. Entre pessoas e nações.

Na Revista de História da Biblioteca Nacional, edição deste mês, temos na coluna Quem Diria…, assinada por Bruno Garcia e Rodrigo Elias, que “antes da telefonia e das interceptações eletrônicas, governantes utilizavam outros métodos para vasculhar informações que as pessoas trocavam entre si”.

Um exemplo:

– Em carta enviada ao rei português D. João V, em 1730, Francisco Galvão Fonseca, um funcionário régio que estava no Rio de Janeiro, reclamava da postura do governador de São Paulo, Antônio da Silva Caldeira, que espalhou soldados entre Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás para interceptar cartas e mesmo ordens enviadas do rei. Assinala a RHBN que o governador, conforme documento guardado no Arquivo Histórico Ultramarino, em Portugal, agia contra as leis que garantiam o “direito de correspondência por carta em segredo de umas pessoas com outras, e de uma nação com outra nação”.

E chegamos ao dedo-duro

É claro que não apenas o mais pormenorizado e extenso mapa-múndi da época era um tesouro. Qualquer outra informação de cocheira também valia ouro. Na falta de especialistas em segurança criptográfica…

– Cripto o quê? – reagiu Beronha.

O jeito foi recorrer ao dicionário: Críptico – cifrado, que serve para ocultar.

Em tempo: nos preparativos para o golpe civil-militar de 64, a BBII – Briosa, Brava e Indormida Imprensa – insistia em acusações. Quem não apoiava o golpe (civil-militar) era tachado de criptocomunista.

Natureza Morta:

– Ou, para acelerar ainda mais o galopante dedo-durismo, o cidadão que defendia a democracia era execrado e apontado como melancia. Verde por fora – vermelho por dentro.

ENQUANTO ISSO…

8 set

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