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Sobre e sob o Canal da Mancha
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É uma viagem como de Paranaguá a Antonina, 50 km. Mas se trata da (famosa, para alguns) travessia do Canal da Mancha pelo Eurotúnel. Um apelo irresistível para muitos turistas. Vale a pena, mas pode significar uma aventura um tanto quanto estranha quando não se trata do trem de passageiros Euroestar, mas do transporte de cargas roll-on/roll-off Eurotunnel Shuttle, no caso, carros, ônibus e caminhões. A 37, 9 metros de profundidade, há quem se sinta uma sardinha. Dentro da lata.

No passeio, já enlatado numa espécie de contêiner, o turista pode descer do ônibus para esticar as pernas, ir ao banheiro ou olhar a “paisagem” pelas janelas laterais. Fica meio espremido entre o veículo e dois automóveis, um estacionado à frente e outro, atrás, e nada enxerga, por supuesto, está dentro de um túnel. Há quem reclame:

– Não dá para ver peixe nenhum…

Certamente deve ter se lembrado do filme 20 Mil Léguas Submarinas (Twenty Thousand Leagues under the Se), 1954, de Richard Fleischer, baseado na obra de Julio Verne. E do Capitão Nemo (James Mason). Só que, no Nautilus, havia duas imensas janelas, olhos abertos para o mundo submarino.

De volta ao ônibus, o turista é conduzido à superfície. Alívio para muitos. Estamos em solo inglês.

No Estreito de Dover

Inaugurado no dia 6 de maio de 1994 (começou a ser pensado em 1873), o Eurotúnel tem 50,5 quilômetros de extensão. Liga Folkestone, Kent, no Reino Unido, a Coquelles, em Pas-de-Calais, perto de Calais, norte da França, no Estreito de Dover. No ponto mais baixo, atinge 75 metros de profundidade. O trecho submerso é de 37,9 km. Tem a parte submarina mais longa do que a de qualquer outro túnel do mundo, embora o Túnel Seikan, Japão, seja mais extenso 53,85 km) e mais profundo (240 metros).

Incidentes que vieram à tona

Em 18 de novembro de 1996, um incêndio se alastrou em um trem que transportava caminhões. O túnel foi parcialmente reaberto três dias depois. O transporte de passageiros voltou no dia 4 de dezembro.

Ocorreria mais um incidente em 11 de setembro de 2008. Foi do lado francês, mas equipes inglesas saíram de Kent para auxiliar.

No dia 7 de julho 2014, outro problema: um dos trens parou devido a um problema nos cabos suspensos. Os passageiros foram transferidos para outra composição pelo túnel de serviço.

– Já pensou se fosse lá no Brasil? A turma do contra ia cair de pau – comentou um visitante.

Rede contra os clandestinos

Quanto à entrada de clandestinos na França ou na Inglaterra, escondidos em vagões de carga ou em caminhões, em 2002 o governo britânica implantou um sofisticado sistema de microfonia de modo a, pelos batimentos cardíacos ou a respiração, localizar tais pessoas.

O sistema é implacável.

ENQUANTO ISSO…

5 outubro(2)

 

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