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Sobre o racismo
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Não querendo botar mais lenha na fogueira, ou banana na estufa, a propósito de racismo Natureza Morta acionou a Seção Achados&Perdidos, exclusiva do blog, atrás do professor Radamés. Ele está lá, no livro O Púcaro Búlgaro, de Campos de Carvalho, Editora Civilização Brasileira, 1964, com ilustrações do nosso Poty.

Enquanto preparava a expedição para sair à cata da verdade sobre o púcaro búlgaro, professor Radamés não deixava por menos. E, inclusive, dispunha de uma faixa, sempre pronto a desfraldá-la:

– Todo o racista é um fdp!

Ainda sobre o assunto, em 2010 a revista Pesquisa, da Fapesp – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – publicou texto de Carlos Haag sobre “as fotos secretas do professor Agassiz”, tema de exposição e livro, “trazendo à luz imagens polêmicas feitas por rival de Darwin”.

“Efeitos perniciosos”

Zoólogo suíço, Louis Agassiz (1807-1873) escreveu A journey to Brazil (1867), sobre o resultado de sua vinda ao país com a Expedição Thayer. Como informa Haag, escreveu a quatro mãos, com a mulher, a americana Elizabeth Cary.

Diz o gênio que “aqueles que põem em dúvida os efeitos perniciosos da mistura de raça e são levados por falsa filantropia a romper todas as barreiras colocadas entre elas deveriam vir ao Brasil”.

A viagem começou no Rio de Janeiro e se estendeu ao Amazonas. Agassiz, professor da Lawrence School, ramo da Universidade Harvard, e fundador do Museu de Zoologia Comparada da mesma universidade, “era o mais notável e popular cientista da América do Norte, defensor do criacionismo, do poligenismo, adepto da teoria da degeneração das raças e um opositor feroz do evolucionismo”.

Ascensão e queda

Com a publicação de A Origem das Espécies (1859), de Charles Darwin, no entanto, “seu prestígio passou a ser questionado por jovens naturalistas americanos que rejeitavam suas interpretações teológicas e racistas”.

Ainda da Pesquisa Fapesp. Na visita a um “paraíso racialista”, Agassiz tratou de recolher “provas materiais” da “degeneração racial” provocada pelo “mulatismo”. O resultado foi uma série de 200 imagens, conservadas no Museu Peabody, de Harvard, “em sua maioria inéditas devido ao seu conteúdo polêmico: retratos nus da população africana do Rio e dos tipos mestiços de Manaus.”

Ciência do visível

“Naquela época, a antropologia havia se transformado na ciência do visível, do corpo físico com suas marcas de distinção racial e, assim, as representações visuais eram cruciais”, acrescenta a professora Maria Helena Machado, do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP).

Ou seja, “ele coletava dados para provar uma teoria em vez de observar esses dados para desenvolver uma teoria”.

Encerrando, Natureza Morta, professor Afronsius e Beronha assinaram embaixo o recado da faixa do professor Radamés de O Púcaro Búlgaro quanto aos racistas.

ENQUANTO ISSO…

1 maio

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