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Um crime escancarado
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Pichação é crime. Denuncie. 153. O curitibano já deve ter visto o aviso em algum ponto da cidade, principalmente junto a estações tubo. Se é que ainda não foi pichado.
Está em marcha mais uma batalha contra os pichadores. Informa a Gazeta do Povo que, pelos registros da Guarda Municipal, nos últimos quatros anos o centro continuou o principal cenário, ou alvo, dos pichadores, embora as pichações tenham se alastrado para outros bairros desde 2009.
E as ocorrências em janeiro e fevereiro deste ano já equivalem a 29% do total de registros no ano passado.

Tolerância ainda longe do zero

Para o diretor da Guarda, Claudio Frederico de Carvalho, “não são os pichadores que estão mais atuantes, e sim os curitibanos que não têm mais tolerado a prática”. Ou seja, “agora, quem liga para o 153 já sabe que o ideal é passar os dados dos pichadores com a maior precisão possível”.
Sobre o problema, a seção Achados&Perdidos, exclusiva do blog, pinçou uma informação: em 2011, durante um fim de semana, trinta pessoas foram detidas em Curitiba pela Guarda Municipal e a PM. Faziam pichações. A turma era grande porque, quem diria, participava de um encontro nacional de pichadores – ou grafiteiros, como preferiram alguns.
Anos antes, uma reportagem da revista Carta Capital, inscrita, aliás, no Prêmio Esso de Jornalismo de 2005, mostrava as “Artimanhas da pichação”. De autoria de Phydia Athayde, abordava a questão pelos seus vários aspectos.
Conta que, em Nova Iorque, a polícia viu-se obrigada a formar um grupo especial para combater a ação dos pichadores, tamanho os “estragos” e o que se gastava para manter a cidade “limpa”.

Curvando-se ao jeitinho brasileiro

Segue a reportagem: nossos pichadores, “devido ao alto preço de produtos como o spray, trataram de inventar uma mistura muito mais barata do que as tintas tradicionais, além de apetrechos para executar o serviço no topo de edifícios e outros pontos de difícil acesso”.
– Aliás, difícil até para quem é alpinista ou adepto do rapel – segundo comentário do professor Afronsius.
– Com a redução de custos e a simplificação das tarefas, mais uma vez o mundo se curvou diante do engenho e arte do Brasil – acrescentou Natureza Morta.

O importante é “aparecer”

Voltando à matéria de Phydia Athayde. A revista traz, entre outros depoimentos, o do pichador paulistano Puga:
– O homem tem que se destacar, não importa em quê. A gente se destaca no picho. Alguns acordam e vêem que pichação não dá em nada. Mas eu não penso em parar nunca.
Voltando agora à cruzada (afinal, estamos em época de Papa recém-empossado) da polícia de Nova Iorque, professor Afronsius quis saber mais de Natureza:
– Funcionou?
– Não sei te dizer. Quando estive lá pela última vez, nevava pra chuchu. Não deu para botar a cara pra fora do hotel.

Não piche, muito menos pixe

De qualquer modo, já que a nossa Guarda Municipal atende ocorrências de todos os tipos, como os bravos bombeiros, acionados até para retirar gato de madame que subiu na árvore e ficou encastelado, por que não criar um grupo específico para atuar contra os pichadores? Fica a sugestão.
Até porque, como teve gente que aprendeu que pichar é com CH e não com X, talvez outras aprendam outra coisa, a respeitar o patrimônio alheio.

ENQUANTO ISSO…


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