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UM BEIJO BANDIDO
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RODRIGO MESQUITA/ DIVULGAÇÃO
EM OUTUBRO, NEY MATOGROSSO LANÇA “BEIJO BANDIDO”, QUE REÚNE CLÁSSICOS EM TOM CAMERÍSTICO: ANTÍTESE DO EXUBERTANTE “INCLASSIFICÁVEIS”, PROJETO ANTERIOR

SENSORIAL

Da letra de “Invento”, do gaúcho Vitor Ramil, Ney Matogrosso extraiu o nome do novo disco. Diz o trecho “Um beijo bandido/ um verso perdido/ um sonho refém”. Pois bem, “Beijo bandido” (Emi Music) é uma espécie de antítese de “Inclassificáveis”, álbum anterior com o qual Ney disparou exuberância principalmente em cena.

Com previsão de chegada às lojas em outubro, o projeto vem, digamos assim, imerso em sonoridade mais camerística. Leve acento pop ali e lá nas releituras de “Nada por mim” (Herbert Vianna-Paula Toller) e “Mulher sem razão” (Cazuza- Dé- Bebel Gilberto).

“Beijo bandido” – cujo repertório foi rapidamente testado em público- vem com outras sensações. Lá estão clássicos como “Segredo (Herivelto Martins- Marino Pinto), “De cigarro em cigarro” (Luiz Bonfá) e a cult “Tango pra Tereza” (Evaldo Gouveia-Jair Amorim), do repertório de três divas. São elas, respectivamente, Dalva de Oliveira, Nora Ney e Ângela Maria (a quem Ney prestou tributo em “Estava escrito”, de 1994.

Das canções apresentadas no show relâmpago, Ney Matogrosso interpretou, entre outras, “A distância” (Roberto- Erasmo Carlos), “A bela e a fera” (Chico Buarque – Edu Lobo), Medo de amar (belíssima canção feita apenas por Vinicius de Moraes), sem se esquecer de Heitor Villa Lobos, Tom Jobim (ambos reverenciados com sensibilidade em “O cair da tarde”, 1997) e até mesmo “Bicho de sete cabeças” (Geraldo Azevedo) e “Fascinação” (versão de Armando Louzada). O que permanece no disco? Boa pergunta.

A julgar pelo nome, “Beijo bandido” vem com aquela quentura própria de Ney Matogrosso. Que salta do rock aos clássicos brasileiros sem quebrar ou provocar fissuras em telhados. Na arte de sedução, Ney é imbatível. Rodando em disco ou insinuando-se em cena. Não à toa, ele é o ganhador do Prêmio Shell de Música 2009.

*Alguém sabe o sabor de um beijo bandido?

ALEXANDRE MOREIRA/ DIVULGAÇÃO
ISABELLA TAVIANI, CANTORA E COMPOSITORA CARIOCA, PÕE NA RODA “ MEU CORAÇÃO NÃO QUER VIVER BATENDO DEVAGAR”, QUARTO E AUTORAL PROJETO: DELICADEZA SONORA

CORAÇÃO ACELERADO

Há quem ainda insista na semelhança de timbre vocal e estética sonora de Isabella Taviani com Ana Carolina. Assim se deu com Jorge Vercillo/Djavan ou mesmo Zelia Duncan/Ana Carolina. Bobagem. Tolice essa coisa de “papel carbono” que tantos insistem. Isabella abstraiu e seguiu adiante formando um público bastante fiel.

A cantora e compositora carioca está lançando o quarto disco com aval da Universal Music. Trata-se do autoral “Meu coração não quer viver batendo devagar” . Pop. Em vez de arroubos interpretativos, suavidade.

Das 14 faixas, 13 são de Isabella. Parcerias: Jorge Vercillo (“Argumentos da vida”), Dudu Falcão (Eu não moro na sua vida”) e Zélia Duncan. Que, além de assinar “Arranjo” ainda toca bandolim em “Depois da chuva” – Zélia está em todas, basta chamar ela vai correndinho.

Pois bem, “Meu coração não quer viver batendo devagar”, quarto título da discografia de Isabella, tem como faixa bônus a reinterpretação de “Sob medida” (Chico Buarque), incluída na trilha sonora de “Caminho das Índias”. Alias, desde o primeiro disco Isabela sempre pinça uma clássico da MPB. Seja por memória afetiva ou encaixe em trilhas sonoras de folhetins ou minissérie, que vai de “Momentos” (Joanna e Sarah Benchimol) “Viramundo” (Gilberto Gil –Capinam).

Então, tá! Agora a onda de Isabella é “Meu coração não quer viver batendo devagar”. Belo título. Volto ao assunto. Quero saber o que ela a tem a dizer.

* Alguém tem algo a dizer sobre Isabella Taviani?

A FORÇA DO UNIVERSO

“(…)Tudo é muito engraçado, pequetito, risível como garnizé arreliado. Tudo é cômico porque passa brandindo e sem calças, o traseiro à mostra, um-dois, um-dois. Número Um: excesso. Número Dois: escassez. Só Deus, sua paciência e seu amor estranhíssimo, permanece alto, fiel, incorruptível e tentador como um diamante” (Fragmento de “Solte os cachorros”, de Dona Adélia Prado)

Homens cabeçudos e com friezas de deixar o fogo morto de vergonha sempre pendem ao chão. Caem como gota sobre a pedra quente. Nunca saberão a clara alegria de esfriar a barriga na parede. Nunca terão claríssimas idéias. Nunca terão toda a sorte de arte. Lufã é amigo do Tempo. Das edificações fortes. Lufã, seus brancos me comovem. Eu o saúdo! Comover. Melhor ainda, redescobrir.

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