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Em Família nada, nada, e morre na praia
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A tão anunciada “última novela” de Manoel Carlos e a “última Helena” deve ser facilmente esquecida pelos telespectadores. Não há mais o que fazer por “Em Família”. A trama já entra em sua reta final e, apesar dos inúmeros esforços em conjunto da Globo, é possível afirmar que a novela não pegou. E os motivos são muitos.

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Foto: Globo/João Miguel Júnior

O começo foi confuso. Embora a primeira e a segunda fase tenham tido atuações excelentes como as de Bruna Marquezine, Juliana Araripe, Arthur Aguiar e Guilherme Leicam, a fase introdutória da trama foi atropelada por conta do baixo ibope inicial. Depois, na terceira fase, os inúmeros problemas de escalação de elenco – já devidamente apontados por diversos sites – esvazariam ainda mais o interesse do telespectador em acompanhar a história.

Regina Duarte é a encarnação perfeita das Helenas.

A nova Helena é sofisticada demais. Alguém acredita que aquela Helena vá à feira e reclame do preço do chuchu? Não, né? A mesma cena – as Helenas sempre reclamam dos preços na feira – tinha ido ao ar em “História de Amor” e era muito mais crível. Aliás, aquela Helena é a minha preferida de todas. Regina Duarte é a encarnação perfeita da personagem. Não à toa, interpretou três vezes a criatura de Manoel Carlos. Mas a melhor Helena é tema de outro post. Vamos focar em “Em Família”.

Gabriel Braga Nunes foi um dos maiores erros na escalação da novela. O Laerte da terceira fase é chato, incansavelmente distante e que não gera empatia nenhuma. O mesmo não se pode dizer de Vivianne Pasmanter, que é o maior acerto da trama, embora fique apagada na maioria dos capítulos.

Mami Poderosa, a Piriguete e a Piriguetona 

Público sente saudades do humor de “Amor à Vida”. (Globo/João Cotta)

Depois do primeiro grupo de discussão, ficou evidenciado que os telespectadores sentiam falta do humor – tão característico da novela anterior (ou vai dizer que você também não sente falta de Félix, Valdirene e Márcia?) – e de uma leveza no tom da novela. Sim, amigos, os temas da novela são pesados. Temos alcoolismo, amor lésbico, possível incesto – já desmentido nos primeiros capítulos – , doença rara e outras coisas mais. O público, claro, rejeitou. Muita seriedade e pouca leveza para um horário em que o telespectador deseja, acima de tudo, relaxar. E isso se torna impossível com os temas pesados e as cenas arrastadas – que levam o nada a lugar nenhum – como esta, exibida no capítulo do último sábado, em que as personagens de Ana Beatriz Nogueira e Natália do Valle conversam sobre “como é bom tomar um chá quente” e “a temperatura da água não está suficiente”. Era melhor mesmo ver Félix vendendo hot dog na 25 de março.

Clarina x Família Margarina

O tão anunciado romance lésbico de “Em Família” divide opiniões. A dois meses do o final – o último capítulo será exibido no dia 26 de julho – não é possível dizer que haja uma torcida praticamente unânime como aconteceu na trama anterior do horário. A Globo identificou que o público não rejeita totalmente o amor das personagens de Giovanna Antonelli e Tainá Mueller, apenas se divide entra o possível romance e a família Margarina, estrelada por Giovanna, Reynaldo Giannechini, que esbanja empatia do público, e o pequeno filho dos dois, que é uma graça.

Nas redes sociais, o romance é um sucesso e rendeu, inclusive, um codinome para o casal – Clarina. Particularmente, não acredito que o casal tenha pegado. O principal motivos é o apontado no grupo de discussão: a família margarina. Como separar os personagens que soam tão bem juntos no vídeo?

A direção

Acredito que aqui está um dos principais motivos para que a novela não tenha pegado. A direção de Jayme Monjardim é “pesada” demais. Seja pela fotografia, cenografia, e direção de atores, é uma marca muito autoral. E isso conflita com o texto do Manoel Carlos, que é uma crônica diária. Em 1998, quando Ricardo Waddington tinha iniciado os trabalhos de “Por Amor”, ele declarou. “Num texto como este, a direção não tem de aparecer, de realizar coisas, mas de se limitar a narrar”, diz.

E é essa direção que faz falta e que estivemos tão acostumados em “História de Amor”, “Por Amor”, “Laços de Família” e “Mulheres Apaixonadas”. Uma direção que não é sentida a sua presença em que o texto parece caminhar sozinho.

A Globo bem que tentou salvar a novela. Relançou a trama, refez as chamadas colocando os atores no lugar de locutores, mas nada disso adiantou. A audiência segue inalterada e deve seguir assim até o fim. Sem o mesmo furor de “Amor à Vida”, a última novela de Manoel Carlos, infelizmente, tem tudo para cair logo no limbo do esquecimento. O jeito é torcer para que “Falso Brilhante”, a próxima novela das 9, não seja uma falsa joia como diz o título.

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