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Das trevas para as telas
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Divulgação
O homem-morcego em ação: é preciso se mover de modo furtivo por Gotham City, para não chamar atenção dos inimigos

Um personagem que re­­siste ao tempo. E resiste bem. Assim pode ser definido Batman, o super-heroi criado nos 1930 pela DC Comics e que continua gerando expectativa do público a cada lançamento. No ano passado, causou comoção da crítica com o filme Cavaleiro das Trevas, no qual a interpretação de Heath Ledger para o Coringa acabou rendendo-lhe uma estatueta do Oscar. Lembrando que o ar­­qui-inimigo do ho­­mem-morcego já havia conquistado os espectadores duas décadas atrás, quando foi interpretado por Jack Nicholson.

Batman talvez seja o personagem que mais conseguiu se destacar em múltiplos meios. Fez sucesso tanto nos quadrinhos como foi portado dignamente para séries televisivas, desenhos animados, jogos eletrônicos e no cinema. Só de filmes foram 19 aparições como protagonista, a primeira em 1943. Os videogames receberam 9 jogos baseado no herói. Contabili­zar os gibis seria uma conta inglória para o colunista. No Brasil ainda consta um ví­­deo feito por fãs com uma dublagem do seriado dos anos 60 (aqueles dos “splashs” e “cabuns”) e trilha sonora também brasileira. Para ver é só colocar nos buscadores de internet “Batman Feira da Fruta”. Antes, um aviso: a dublagem não é apropriada para menores de idade ou para pessoas de ouvido sensível.

Mesmo assim, fazia tempo que os gamers não recebiam um jogo de peso ambientado em Go­­tham City. O melhor, Return of the Joker, foi lançado nas plataformas NES e Game Boy em 1991. O he­­roi tinha que evitar que Corin­­ga instalasse o caos na cidade de­­pois de ter fugido do Asilo Ar­­kham, principal destino dos vi­­lões da série. Outro bem sucedido, The adventures Batman & Ro­­bin, apareceu três anos depois, no Super NES, Mega Drive, Sega CD e Game Gear. Depois disso, criou-se um hiato que só seria quebrado no último agosto, com o lançamento de Batman: Arkham Asylum, para o Playstation 3, Xbox 360 e PC.

A história se passa no já citado Asilo Arkham. Em uma captura considerada fácil, Batman leva Coringa até a famosa e escura pri­­são, uma espécie de lixeira de Gotham City. Todos os grandes ri­­vais estão lá encarcerados: Ba­­ne, Espantalho, Hera Venenosa, Crocodilo e Arlequina. O porém é que a prisão foi armada para que, de dentro, o palhaço maligno pudesse causar uma revolta e libertar o que de pior rondava na cidade.

O roteiro – escrito por Paul Dini, que já levou cinco prêmios Emmy –, parece frágil, mas consegue se segurar durante a jornada. A produtora Rocksteady Studios ousou e foi bem sucedida ao transformar o título em um jogo de ação furtiva (até en­­tão todos os jogos da série eram de aventura no estilo bater e correr). Com isso, não basta apenas apertar ferozmente um sequência de botões para combater os adversários. Na maioria dos casos, é preciso chegar vagarosamente e de forma desapercebida à espera de um vacilo dos inimigos. A nova jogabilidade recupera uma das principais características do homem-morcego, que não possui poderes especiais e usa a tecnologia e a inteligência para subjugar os criminosos.

Para instigar o medo nos inimigos – um dos objetivos de Bruce Wayne, que, por isso, escolheu uma roupa inspirada em morcegos, seu pavor de infância –, o jogador deverá movimentar-se entres as sombras dos cenários já bem pouco iluminados, o que evitará ser alvejado por um tiro e morrer sem ter salvo a cidade. O cenário é amplo e pode ser usado para a escolha do melhor ataque. É possível, por exemplo, se pendurar em algum ponto alto e usar um gancho para fisgar alguém. O herói também pode usar a capa e planar até chegar perto de uma cabeça inimiga e acertá-la com um chute certeiro. Ao sair vitorioso de um confronto, uma colônia de morcegos atinge o jogador com objetivo de aumentar a barra de experiência.

Já na reta final do ano, Bat­man: Arkham Asylum desponta entre os melhores lançamentos do período. A média das notas das análises especializadas, se­­gundo o site Game Rankings, che­­ga a 92%, o que levou o título a entrar na lista do Guinness Book como o “jogo de super-he­­roi mais aclamado pela crítica em todos os tempos”.

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