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Um conto de fadas repleto de luz e sombra
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Fotos: Divulgação
Trine 2 lembra um conto de fadas: muita cor, muita luz e muito quebra-cabeça

Trine 2 é o tipo de jo­­go que ficaria perfeito numa máquina de fliperama, caso elas ainda fossem relevantes por aqui. É um descendente direto de clássicos dos arcades como Golden Axe, Dungeons and Dragons: Tower of Doom e Knights of The Round. Mas muito melhor conceitualmente e tecnicamente, afinal os anos se passaram.

Num primeiro contato, o que mais impressiona é a direção de arte inspirada em muita cor e luz, numa espécie de conto de fadas. Os cenários, recheados de árvores, flores e toda uma vasta vegetação em tamanho gigantesco, jorram as mais diversas cores na tela. O que gera uma imediata vontade de começar a imergir em tal mundo. É colocar a ficha (no caso clicar no botão) e entrar na pele de três personagens para livrar o mundo do mal utilizando um artefato chamado Trine.

Cada um dos personagens tem poderes e habilidades distintas. O mago pode controlar objetos a distância, o guerreiro está lá para destruir com golpes de espada tudo o que aparecer pela frente. E tem ainda a esguia la­­dra, que usa arcos e cordas para atravessar qualquer obstáculo. O jogador não precisa escolher um personagem específico, já que poderá controlar os três em uma mesma aventura, alternando-os, como num passe de mágica, conforme o tipo de desafio que se apresenta. Eles podem ser desenvolvidos, com suas respectivas árvores de habilidades, com o passar das horas. Precisa-se jogar com os três sempre, mas o ideal é ganhar destreza em pe­­lo menos um para ter um maior desempenho principalmente quando os monstros “chefes de fase” aparecem.

Classificado como um jogo de plataforma de ação lateral, Trine 2 foca-se mais em resolução de quebra cabeça. Os enigmas, baseados em elementos da física, estão espalhados por todo o cenário e quase sempre têm a mesma lógica: sair de um ponto A e atingir um ponto B utilizando baús, lustres, castiçais e os mais diferentes objetos. O combate contra os monstros servem mais como um mo­­mento para aliviar a tensão e dar maior fluidez.

A câmera, num travelling qua­­se infinito, passeia em modo panorâmico lateralmente para manter o personagem no centro da tela, preenchida por uma infinidade de sombras que ajudam a ressaltar as diversas camadas dos planos de fundo, ampliado a pers­­pectiva. A trilha sonora leve é entrecortada por diálogos en­­tre os três personagens sem in­­ter­­romper a ação.

Um dos modos que foi aprimorado em relação à primeira versão do jogo foi a disputa on-line, que faz toda a diferença. Em vez de o jogador ir variando entre o mago, guerreiro e ladra, poderá chamar mais dois amigos para que cada um assuma uma personalidade e, juntos, partam para chegar até o final. Trine 2 também acerta em dosar bem a campanha para atender todo o tipo de jogador, dos mais casuais até o mais aficionados. Nesta versão foi incluído o mo­­do de desafio “hard”, que, num mundo justo em que ainda existissem os fliperamas, faria o jo­­gador torrar uma boa grana com fichas.

* Texto publicado no caderno de Tecnologia da Gazeta do Povo

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