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Uma guerra entre amigos
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Imagens do jogo Risk: Factions, baseado no famoso jogo de guerra War. Versão para a internet mantém a simplicidade e as mesmas regras do original

Os videogames estão ca­­da vez mais populares como produto cultural e de entretenimento. Os números, já citados por diversas vezes nesta coluna, provam a afirmação. Na maioria das vezes é um passatempo solitário. Em alguns casos, para os que estão com os consoles conectados, pode-se jogar contra outras pessoas em partidas on- line. Mesmo assim, há pouca interação entre os participantes. É uma relação exclusivamente de interesses: disputar com outros jogadores é muito melhor do que com máquinas. Esta geração, no entanto, vem tentando uma aproximação entre os solitários que passam horas em frente ao televisor. Os amigos podem ser cadastrados em uma mesma rede, seja ela Playstation Network, Live ou Steam, os “facebooks” dos gamers.

Com a proliferação das disputas eletrônicas, os jogos de tabuleiro foram aos poucos perdendo espaço. Há alguns anos, era normal que amigos se reunissem ao redor de uma mesa (física!) para negociar a compra de casas ou prédios na Vieira Solto, Avenida Paulista ou Morumbi com dinheiro de brinquedo. Também não era incomum que uma única partida de War (o nosso Risk) durasse longas horas e fosse definida por um acordo entre os já exaustos generais imaginários. Com o natural distanciamento entre as pessoas com o decorrer da vida profissional, cada dia fica mais difícil conseguir reunir cinco amigos para sentar ao redor de uma mesa e usar o tabuleiro, com suas regras tão simples, como desculpa para pôr o papo em dia.

Na última semana experimentei um jogo simples, disponível para download nas três redes mencionadas, que tenta unir estes mundos tão distantes. Por menos de R$ 20, baixei Risk: Factions, baseado no famoso jogo de guerra, direto da Steam. Chamei alguns amigos, em São Paulo, Curitiba e Londrina, para testar. Com o recurso de chat de voz, enquanto os mais ardilosos tentavam manter o controle da Oceania para subir lentamente pela Ásia e conquistar o mundo. Não estávamos sentados ao lado um do outro, mas a distância certamente foi reduzida por alguns instantes. O melhor de Risk é manter a simplicidade e as mesmas regras do clássico jogo. Regras, aliás, que antigamente variavam conforme o grupo em que se jogava. O manual que acompanhava a caixa era tão pouco específico e vago que se tornava quase irrelevante. Acordos entre exércitos eram aceitos? Assunto polêmico entre todas as cores.

A vantagem de se jogar War (ou Risk) no computador é que, para muitos, será a primeira vez que se poderá usar as regras oficiais. A polêmica diplomática ainda não se desfez, pois com o recurso de voz pode quase tudo. Já as troca de cartas, normas de combate com os dados, tipo de movimentação durante uma invasão de territórios agora respeitam as mesmas regras independentemente da vontade dos participantes. Outra melhora significativa foi na velocidade das partidas, pois tudo é feito por robô, como inclusão de soldados, troca de cartas, movimentação, contagem de peças e por vai. Dá para disputar umas quatro partidas no mesmo tempo em que se perdia (ou ganhava) antigamente. Os resultados dos dados se mantém confiáveis, com as probabilidades estatísticas publicadas na Wikipedia. Além disso, há a possibilidade de misturar amigos e exércitos controlados pelo computador – este avesso a pactos – para equilibrar.

Quando os parceiros estiverem muito ocupados, Risk: Faction ainda pode proporcionar bons desafios. No modo campanha, há cinco capítulos em que o objetivo é completar três objetivos e manter o controle de sua capital até o fim. Se preferir, sempre há a possibilidade de destruir todos os inimigos para vencer de forma mais imperialista.

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