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No recado anterior, falei do lançamento do livro do Cristovão Tezza. Agora, continuo no círculo de amizades do escritor e pulo para um outro, que também lança livro novo pela Record. O jornalista e escritor (não necessariamente nessa ordem e poderia também dizer o dublê de jornalista e escritor vide polêmica alguns posts abaixo sobre o uso do “dublê”) José Castello, carioca radicado em Curitiba coloca nas livrarias “A literatura da poltrona”.

Segundo o material de divulgação da editora, é uma reunião de escritos entre crítica e ensaios breves publicados no jornal literário Rascunho (também sediado em Curitiba, mas de abrangência nacional). Nestes ensaios, Castello faz uma reflexão sobre o contato que tem com escritores e candidatos a escritores durante as oficinas semanais regulares que mantêm em Curitiba em uma parceria do jornal Rascunho e Fundação Cultural de Curitiba.

Nisso tudo tem muitas coisas legais que valem ser destacadas. Uma, é claro, é o próprio livro, Duas, que o jornal Rascunho já rende livro entre seus colaboradores. Três, que alguém com a experiência de Castello comanda oficinas literárias sempre muito procuradas em Curitiba. E, por fim, os ensinamentos do próprio autor, como esta historinha que veio também no material de divulgação do livro e que aqui republico, que nos faz refletir sobre a relação entre jornalistas e entrevistados – e, por que não, entre o escritor e sua obra.

Lá vai:

“No primeiro capítulo, Castello narra seu encontro com Hélène Cixous, filósofa e escritora responsável pela introdução da obra de Clarice Lispector na França e no Japão. Hélène não foi muito receptiva e a entrevista não corria conforme planejado. Quando Castello decidiu apenas ouvir o que ela tinha a dizer, teve um momento de iluminação: “Ali, desarmado (as perguntas que eu anotara em um bloco continuavam jogadas sobre o sofá, inúteis como lixo), solitário como poucas vezes me senti, aos poucos, com grande ansiedade e alguma perturbação, comecei a formular a imagem que, desde então, tenho do jornalismo. Ser capaz de ouvir, e de suportar a presença imprevista do outro, as surpresas que nos oferece, a desarmonia de suas idéias. Chegar de mãos vazias e aceitar o que me dão. Entregar-me, em vez de esperar que o outro se entregue. Desarmar-me, ainda que seja para encontrar o que não desejo encontrar.”

A LITERATURA NA POLTRONA
José Castello
Editora Record
208 páginas
Preço: R$ 35,00
Formato: 14 x 21 cm
ISBN: 978-85-01-07464-5

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