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Música de Curitiba na Itália em dia de jogo
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Divulgação
Hedeson Alves/Gazeta do Povo
Sérgio Albach: sua estreia-solo em disco é uma benção para a música local

Sérgio Albach é um dos pilares da atual música paranaense. Professor e coordenador do Conservatório de MPB de Curitiba; diretor artístico do Festival de Música de Curitiba, coordenador da Orquestra à Base de Corda, compositor, arranjador e excelente músico. Toca clarinete e clarone e é requisitado por todos os que gravam música brasileira e instrumental em Curitiba – e também por vários no Brasil. Tanto é verdade que ele já foi chamado a colaborar com a gravação de mais de 50 discos. Pois Sérgio Albach acaba de dar ao mundo o seu primeiro disco solo, Clarineteando, gravado com apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.

Mas um projeto só é pouco para ele. No próximo domingo, quando olhos e ouvidos dos brasileiros estiverem prestando atenção à tevê por causa do jogo da seleção brasileira contra a Costa do Marfim, três dos melhores músicos paranaenses estarão subindo ao palco para defender as cores da música nacional. No mesmo horário do jogo, Sérgio Albach (clarinete), Vina Lacerda (percussão) e Glauco Sölter (contrabaixo) estarão em Milão, na Itália, tocando.

No país da bota, o Trio Mano a Mano deve se juntar em alguns espetáculos com o músico italiano Gabriele Mirabassi, também clarinetista, que recentemente esteve no Brasil e fez shows em Curitiba. Mirabassi tocou no show de aniversário dos 60 anos de Guinga, no Guairão, e fez uma participação especial no show de lançamento do grupo de choro Variedades Contemporâneas. Mirabassi também participou de espetáculos com a Orquestra à Base de Sopro, que é coordenado por Albach. E este é um outro projeto que terá novidades no segundo semestre. O show da orquestra com Arrigo Barnabé foi gravado em DVD e será lançado somente em novembro, por causa das dificuldades de casamento de datas de todos os participantes.

O próprio disco-solo do clarinetista curitibano também não será lançado já. Deve ficar para agosto, a data certa ainda a confirmar. Sérgio está nesta excursão europeia e ainda tem a Copa do Mundo que vai até 11 de junho (esperamos que os torcedores brasileiros continuem ligados nela até a última data). Mesmo assim, vamos a algumas observações sobre o disco, breves, porque ainda ninguém vai conseguir comprá-lo.

Clarineteando é um disco de choro, o que só confirma o que já escrevi aqui sobre o casamento de Curitiba com este gênero musical. Sérgio Albach toca acompanhado pelo Trio de Ouro Catuaba Brasil, formado por Daniel Migliavacca no bandolim, Fabiano Silveira, “o Tiziu”, no violão de sete cordas e Cristina Loureiro na percussão.

São 14 músicas dentro da proposta de choro, mas com diversidade de ritmos e cores. Tem o privilégio de registrar duas músicas feitas especialmente para o instrumentista por papas do som instrumental brasileiro. O saxofonista Mané Silveira dedicou-lhe “Choro pro Albach” e o maestro, compositor e violonista Waltel Branco escreveu para ele a belíssima “Segura o Sérgio”, um dos destaques do álbum. Além disso, ganhou do excelente instrumentista e compositor Cláudio Menandro o tema “Baião Atleticano”, o que só vem a provar o bom gosto dos dois.

A música que dá nome ao CD é de Daniel Migliavacca e Albach faz um duelo com ele mesmo no clarinete e clarinete baixo, acom­­panhado apenas por pandeiro – simples e belo. Gabriel Schwartz fez a direção da gravação e também comparece com a composição “Na Catêga”. Outros compositores locais também entraram com composições, como Josão Egashira (“Albachiano”), Luis Otávio Almeida (a bela “Estudo para Clarinete e Guitarra”), Julião Boêmio (“O Profeta do Choro”), Fabiano Silveira “o Tiziu” (“Devassa”) e Osiel Fonseca (“Chorandinho”), entre outros.

A estreia de Sérgio Albach em disco-solo é uma benção para a música paranaense. É um daqueles discos que casa bem com qualquer hora, em qualquer lugar, até mesmo no meio de um jogo do Brasil pela Copa do Mundo. Nem a vuvuzela consegue apagar-lhe a beleza.

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