A teoria do ócio criativo foi desenvolvida pelo pesquisador italiano Domenico de Masi, e diz que a sociedade precisa se libertar dos conceitos tradicionais de trabalho e diversão. Para que ocorra esta libertação, as pessoas precisam ser educadas a vivenciar e a privilegiar necessidades pessoais como amizade, amor, interação, convivência e autoconhecimento. A essência do ócio criativo é o equilíbrio entre trabalho, estudo e tempo livre. No entanto, não é tão fácil atingir essa harmonia, e ela também não tem uma fórmula exata.
Separar as coisas
O tido como correto, até recentemente, era separar trabalho, estudo e diversão. No entanto, esse conceito é ultrapassado. Hoje o que traz maior produtividade e eleva a qualidade do trabalho realizado é se divertir e aprender enquanto se desempenha a atividade profissional. Pessoas que gostam do que fazem costumam dizer que nunca precisam trabalhar, pois o emprego os diverte. O caminho é bem por aí.
Antigamente as pessoas trabalhavam a vida toda e esperavam para curtir a vida e fazer coisas que as dessem prazer quando se aposentassem, mas hoje a realidade é outra. Alegria e satisfação pessoal no dia-a-dia aumentam a criatividade, que por sua vez possibilita a inovação, que, por conseguinte, abre espaço para um trabalho de mais alta qualidade e maior produtividade.
Pontapé inicial
Se você ainda encara o trabalho como uma atividade desgastante, talvez seja a hora de mudar. O primeiro passo para entender o ócio criativo e para se abrir para tal é se dedicar a uma atividade paralela ao próprio emprego. Um hobby que não esteja ligado à internet, à televisão, que seja praticado sozinho e que dê descanso ao cérebro. Posteriormente, incorporar o aprendizado do hobby à atividade profissional e se desprender da ideia retrógrada de que trabalho é obrigação – uma desagradável obrigação.
O ócio criativo está ligado a atividades intelectuais, com as quais seja possível aprender e divertir-se enquanto produz. Uma pesquisa recente publicada na Perspectives on Psychological Science, da psicóloga Mary Helen Immordino-Yang, da Universidade do Sul da Califórnia, constatou que os momentos de repouso da mente ao realizar atividades descompromissadas favorecem a inovação e a criatividade, ao passo que atividades intelectualmente estimulantes que despejam uma enxurrada contínua de informações – como ver TV ou navegar na web, atrapalham a dispersão natural do cérebro, o que afeta a capacidade de organizar informações. Ou seja, essas atividades estressam o cérebro e trazem a sensação de sobrecarga, que pode acarretar em uma série de outros problemas psicológicos.
Além de rever os conceitos antigos de trabalho e lazer, é preciso incorporar satisfação e saúde a todos os aspectos e atividades da vida. A sociedade atual está muito ligada à carreira, e às vezes deposita todas as expectativas nisso, esquecendo-se do resto, até mesmo de refletir se é aquilo mesmo que se quer. Em vez de almejar um ponto de sucesso no futuro, por que não divertir-se e orgulhar-se todos os dias do trabalho realizado? Desempenhar um trabalho fruto de uma satisfação pessoal tende a trazer mais ânimo e capacidade de inovação para as atividades futuras.
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