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A chave do bom relacionamento é saber competir / Foto: Shutterstock
A chave do bom relacionamento é saber competir / Foto: Shutterstock| Foto:

Pode parecer absurdo, mas ainda podemos ver exemplos de discriminação no mundo corporativo. Algumas pessoas têm aversão a outras por conta da cor da pele, da religião, da cultura, do gênero, da orientação sexual e até mesmo da região de origem. Apesar de muito já ter mudado, ainda vemos exemplos de xenofobia, machismo ou racismo no mercado de trabalho.

Pluralidade no grupo de funcionários

Ainda hoje podemos notar machismo e preconceito racial no mundo corporativo / Foto: Shutterstock

Muitos destes comportamentos têm raízes históricas. A sociedade patriarcal, a tardia abolição da escravatura e a colonização do Brasil ainda exercem influência no comportamento de muitas pessoas, pois o preconceito ainda passa de geração em geração. No entanto, esse desfavor não é exclusividade do Brasil. O aumento da importação de mão-de-obra por parte dos países desenvolvidos provocou o comportamento preconceituoso de populações de várias nações ao redor do mundo, e isso só traz prejuízos. Vejamos alguns dos tipos mais comuns.

Machismo

Talvez o mais comum dos comportamentos preconceituosos seja o machismo. Desdenhar de profissionais mulheres ou justificar erros com a clássica frase “tinha que ser mulher” é um comportamento absolutamente preconceituoso, e, pior, encarado como brincadeira por muitos. A proporção de mulheres no mercado de trabalho ainda é menor, bem como a remuneração, em média 28% inferior (IBGE) à dos homens, mesmo as mulheres sendo maioria nas universidades e tendo, na média, mais tempo de estudo que eles. Em algumas áreas, inclusive, como as de tecnologia e construção civil, a atuação feminina ainda é vista com desconfiança, como se, por ser mulher, a profissional não tivesse capacidade de atuar naquela profissão.

Das 250 maiores empresas do Brasil, apenas três são presididas por mulheres, segundo a Dain. É um contraste. De qualquer maneira, a mudança começa a ser ensaiada por algumas empresas, e já podemos ver ótimos exemplos em solo brasileiro em empresas como: TAM, GM, Dudalina, Magazine Luiza, Blue Tree Hotels, GM, Lupo, entre outras.

Racismo

Uma infeliz herança dos tempos de escravidão, que durou quase 350 anos. Há pessoas que acreditam no absurdo da supremacia de uma cor sobre outra, que afirmam que a cor da pele de uma pessoa define capacidades e incapacidades. Em cargos altos ainda é difícil ver a participação massiva de negros, mesmo o Brasil sendo um país com um grande número de pardos (43,1%) e negros (7,6%), segundo o Censo de 2010.

Preconceito contra estrangeiros

Muitos países importam mão-de-obra barata de nações menos desenvolvidas, o que contribui para a construção de uma imagem deturpada dos estrangeiros. Muitos imigrantes acabam também sem empregos e vivendo à margem da sociedade, o que faz com que a população local acabe por associá-los a desocupados ou mesmo criminosos. No Brasil, isso tem sido visto atualmente com a chegada dos haitianos e também de estrangeiros vindos de outros países da América Latina, como os bolivianos, que infelizmente já foram flagrados trabalhando em regime próximo à escravidão em nosso território.

O destrato, entretanto, não é restrito aos estrangeiros. Já cansamos de ver péssimos exemplos de discriminação decorrente do estado ou região de origem dentro de nosso próprio território. Cabe relembrar: mais que cidadãos brasileiros, somos uma nação – e riquíssima, diga-se de passagem.

Preconceito religioso

Por mais que seja prevista em nossa constituição a liberdade religiosa, é muito comum ver manifestações de preconceito no cotidiano, e não é diferente no mercado de trabalho, embora geralmente mais veladas. Mesmo com inúmeros exemplos de intolerância religiosa ao longo da História, o homem parece não aprender que perseguições dessa natureza não se justificam e não têm fundamento. Atualmente, creio que as religiões de descendência africana são as principais afetadas, associadas com frequência e leviandade a “forças do mal” ou magia negra. Muitas pessoas perdem oportunidades profissionais por conta dessa ignorância e preconceito.

Como evitar o preconceito na minha empresa?

É necessário que faça parte da política da empresa o respeito entre os colaboradores, e que fatores como gênero, religião, raça ou lugar de origem não sejam vistos como qualidades ou defeitos, nem mesmo sejam motivo de tratamento diferente. É preciso enfatizar a reprovação destes comportamentos nos momentos de integração.

Uma boa dica é, também, evitar que estes assuntos venham à tona no ambiente corporativo. Muitas dessas razões são polêmicas por si só, e evitar conversas acaloradas é importante para não fomentar sentimentos negativos no grupo – principalmente se houver alguém com predisposição a não conseguir ignorar comentários negativos ou que aja de maneira impetuosa.

Como a vítima de preconceito deve agir?

A lei protege as vítimas de racismo e xenofobia, mesmo que estes comportamentos não ocorram no ambiente profissional. E, caso você esteja passando por discriminação de gênero, raça, religião, opção sexual ou qualquer outro motivo, é possível processar o agressor ou a empresa por assédio moral. Não deixe que este tipo de comportamento inadequado seja encarado como normalidade ou brincadeira, e defenda-se.

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