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A ciência pode ser usada para provar a existência de Deus?
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Nessa época todo mundo fala de religião. No Science Blog do jornal britânico The Guardian não foi diferente. A frase acima é também o título do post do blogueiro Ian Sample, que entrevisou John Polkinghorne, físico quântico e pastor anglicano, a propósito de um livro lançado recentemente. Aliás, vocês ainda vão ouvir falar muito de Polkinghorne aqui.

No link que eu passei acima vocês também podem ouvir a entrevista, em inglês, obviamente. O que me parece é que Ian perdeu um bocado de tempo discutindo questões sobre vida após a morte quando ele poderia conseguir facilmente essas informações em várias fontes. Mas existem discussões muito interessantes, como quando Polkinghorne diz que não se vai “encontrar” Deus na exploração espacial ou no LHC.

O que o blogueiro não consegue entender, e ele afirma isso no seu texto, é como pessoas acreditam em coisas para as quais não existe evidência. Bom, para começar, é por isso que a fé se chama, bom, “fé”. Afinal, se houvesse evidência laboratorial para a existência de Deus, não seria necessário ter fé, bastaria bom senso. Ninguém me pergunta “você acredita no cinturão de asteroides?”, porque isso não é questão de fé. Para isso há evidência científica. O que me leva a recordar que a posição dos ateus também exige fé – ou onde está a prova laboratorial da não-existência de Deus?

Reprodução
“A incredulidade de São Tomé”, de Caravaggio (1559). Esse sim quis uma evidência científica…

Em segundo lugar, e isso não fui eu que inventei, ao longo de toda nossa vida estamos fazendo e acreditando em afirmações que não são comprováveis cientificamente – desde “eu amo você” até “Something é a melhor música dos Beatles”. Isso mostra que a vida (a de todos, não apenas de quem crê) não pode ser resumida ao que é comprovado em laboratório. Então por que, quando o assunto é religião, algumas pessoas tendem a desqualificar imediatamente as afirmações não-comprováveis?

Sample se pergunta se a religião não seria uma neuropatologia, ainda que benigna. Bom, tem cientista por aí correndo atrás das origens neurológicas da religião. Quem sabe Oliver Sacks não poderia escrever sobre isso? Eu gosto dos livros dele…

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E feliz Páscoa para todos os leitores!

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