Assim que saiu o inesperado (pelo menos para mim) nome do argentino Jorge Mario Bergoglio como o novo papa, fui procurar algo que ele já tivesse dito ou escrito sobre ciência e religião. Vocês não leram nada no blog ontem e anteontem porque a pesquisa estava se mostrando um tanto infrutífera, e hoje finalmente descobri o motivo. Conversei com o padre argentino Lucio Florio, presidente da Fundación Dialogo entre Ciencia y Religion (DeCyR), e perguntei do histórico do arcebispo de Buenos Aires. “Ele não se dedicou a esse tema; o que ele tem mais são escritos pastorais e homilias”, me contou o sacerdote.
Assim, temos que ficar com o muito pouco que sabemos: que, antes de se tornar jesuíta, Bergoglio se formou técnico químico, e que tem um certo interesse por neurociência, como mostra um episódio narrado pela nossa correspondente Inês Migliaccio. O também argentino Juan José Sanguineti, professor da Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em Roma, se encontrou com o agora papa há cerca de três anos, na Universidade Católica de Buenos Aires. Bergoglio havia ido assistir à conferência de Sanguineti sobre “a liberdade do cérebro”. “Lembro que interagiu naquele momento, manifestando interesse pelo tema”, disse o especialista em neurociência.
Então, teremos realmente de esperar para ver o que o novo pontífice terá para nós, interessados na relação entre ciência e fé.
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