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Choquinhos Culturais
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Ni Hao,

O blog passado tratou de um assunto muito delicado: aborto. Eu saiba que causaria polêmica, mas… o que na China não causa?

Por isso, entendi que existem duas formas de reagir às diferenças culturais pelas quais somos impactados por aqui.

A primeira é julgando e rejeitando de cara tudo aquilo que vai de encontro à forma como pensamos. Ou melhor, contra a forma com que aprendemos a pensar.

A segunda é fazer um esforço, às vezes gigantesco, para entender as diferenças e tentar conviver com elas.

Mas o choque cultural não precisa ser necessariamente impactante, surpreendente e difícil de entender. Para aliviar o “ambiente”, resolvi trazer alguns exemplos de diferenças de agir e pensar que estão mais para engraçadas do que para polêmicas.

A flauta

Outro dia, Dudu chegou em casa dizendo que tinha que comprar uma “soprano recorder” para aula de música. Que cazzo é um soprano recorder, Dudu? É uma flauta, mãe! Mas ela tem um gravador embutido? Ai, mãe, você é tão burrinha!

Enfim, peço desculpas aos que sabiam, mas eu nunca tinha ouvido falar que flauta doce em inglês era soprano recorder.

Para encurtar a história, vejam a flauta que comprei por 10 RMB ou R$ 2,50. Bonitinha e baratinha, né?
O único problema é que faltam dois furos: um na frente e outro atrás!!! (Reparem na flauta “de verdade” no detalhe).

Obviamente, voltei à loja para trocar a flauta mas a chinesa, espertamente, só sabia repetir: “mei you, mei you”.

Tradução: “Não tem, não tem. Quem mandou não prestar atenção? Se ferrou, se ferrou!”

É ou não é um choquinho cultural?

Chris Dumont

Mamãe, sou forte!

Não sei se é porque sou publicitária e por isso fico prestando atenção em tudo quanto é cartazinho colado por aí, mas as propagandas daqui sempre me surpreendem.

Neste momento, o mobiliário urbano de Shekou (nosso bairro) está tomado pelo cartaz abaixo. Ninguém precisa saber que produto é este nem para o que ele serve. Os modelos falam por si:

“Olha como fiquei forte e sarado!…. E eu! Olha, como fiquei bonita e gostosa!”.

Uma pobreza ou uma inocência sem fim!

Chris Dumont

Aula de Jazz

A doidinha da minha professora de chinês, Tina, me convidou para fazer uma aula de jazz seguida de dança do ventre. Topei na hora!

Chegando à academia, botei meu legging e um top, tirei os sapatos e fui para a sala. Estranhei um pouco porque a Tina não trocou de roupa. Até as botas ela manteve.

Ao entrar na sala, percebi que ninguém se veste para dançar. Quem trabalhou de terninho e sapatinho de salto, vai para aula deste jeito mesmo. Vai entender.

Só sei que a Tina, dois minutos depois da aula começada, sumiu e voltou logo em seguida fantasiada de odalisca. Aí a coisa ficou mais estranha ainda. A mulherada de calça jeans e tênis e a Tina de barriga de fora.

Quando o professor começou a nos ensinar a coreografia, desisti da aula e resolvi filmar tudo para mostrar para vocês.

Divirtam-se!

Aula de Jazz na China – Alunos

Aula de Jazz na China parte 2 – Professor repassando a coreografia

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