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Eu e Mina no café da Universidade de Shenzhen
Eu e Mina no café da Universidade de Shenzhen| Foto:

你们好

Nimen hao,

Mina é uma amiga da universidade que conheci no semestre passado. Americana, filha de chineses, Mina chegou aqui falando fluentemente o mandarim, mas escrevendo muito pouco. Não demorou muito para eu perceber sua imensa generosidade: para não intimidar os outros colegas, ela simplesmente não abria a boca na sala de aula fazendo parecer que não falava nada de mandarim.

Mina é um desses jovens sensíveis, inteligentes, curiosos e, apesar de seus 25 anos de vida, é extremamente madura. Conversar com a Mina é como adubar meu cérebro com ideias frescas e arejadas. Uma chuvarada de verão num jardim sedento.

Eu e Mina no café da Universidade de Shenzhen

Eu e Mina no café da Universidade de Shenzhen

Certa vez, Mina veio aqui em casa conhecer a “família brasileira” e, voltando para o dormitório da universidade, se sentiu inspirada a escrever um texto em nossa homenagem. Vejam abaixo a tradução de um pequeno trecho:

“Para algumas pessoas a lógica de viajar a fim de “encontrar-se” nunca fez sentido. Dizem que você é você, não importa onde você está, e ainda acham que viagens são uma maneira de escapar: _ “As pessoas sempre vão acabar de volta ao lugar de onde estavam fugindo”, dizem alguns.  Mas uma mudança de cenário, uma mudança de ritmo na vida, um novo ambiente, a cultura, e as pessoas fazem toda a diferença. Vivendo em Shenzhen durante os últimos 7 meses, eu conheci pessoas maravilhosas, pessoas que restauraram minha fé na humanidade. Eu testemunhei generosidade calorosa estendida a estranhos. Eu experimentei o tipo de calor que só uma família pode detonar”.

Nesta sexta-feira, às vésperas do Natal, Mina me convidou para almoçar. Queria que eu lhe explicasse o que era “filosofia barata ou filosofia de botequim”, que é como eu chamo nossos papos cabeça. Passamos de meio dia às 5 da tarde, no café da Universidade de Shenzhen, divagando sobre “perspectiva”.

_ Chris, beleza é um fato ou depende da pessoa que está olhando?

_ I don’t know, Mina. Eu acho que depende do ponto de vista de quem está olhando, da sua bagagem de vida, das suas expectativas. E pontos de vista podem mudar de acordo com o tempo. O que hoje é bonito para mim, amanhã pode não ser mais. Na verdade, acho que cada um tem um quebra-cabeça da própria vida para montar, o qual a gente passará a vida inteira montando. Às vezes, alguém ou algo pode ser aquela peça que, quando se encaixa, clareia a imagem como um todo e o desenho começa a fazer sentido.

Abre parênteses: Isso é ou não é a mais pura filosofia de botequim? E olha que a gente só estava tomando chá! Fecha parênteses.

Enfim, seguindo o raciocínio do quebra-cabeça, nós expatriados podemos considerar a experiência de morar na China como uma peça importante do nosso quebra-cabeça, ou, apenas o castigo de se ver isolado num país cheio de pessoas que comem cachorro e escarram no chão. Depende da perspectiva de cada um.

No meu caso, meus dois anos de China e todas as pessoas especiais que, durante este tempo, tive a chance de conhecer estão sendo peças fundamentais para eu poder montar o meu quebra-cabeça. Quebra-cabeça que, por sinal, é grande, complicado e cheio de armadilhas, mas que está cada vez mais bonito por conta de personagens como Mina que passaram a fazer parte dele.

O vídeo aqui de baixo mostra a China como eu a vejo atualmente. Talvez um pouco romantizada por conta da época de Natal e da temperatura amena dos dias luminosos de inverno. Mas é sob esta perspectiva que eu escolhi inserir este país no meu quebra-cabeça.

Queridos leitores, desejo a todos boas festas e um 2014 repleto de novas peças!

新年快乐!

Xin nian kuai le!

 

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