• Carregando...

No início de junho São Paulo recebeu a sexta edição do Festival da Cozinha Vegetariana. Eu não pude ir, mas a Giovana Moraes Suzin, uma ex-colega de faculdade que mora em São Paulo, passou o sábado, 7, no evento e fez um resumo para o Verdura sem Frescura. Obrigada, Giovana!

***

Uma vez por ano, vegetarianos e aqueles que se importam com o que põem no prato podem se esbaldar numa espécie de céu na Terra, ou o mais próximo disso, numa cidade caótica como São Paulo. Durante quatro dias, o pavilhão da Bienal de Arte, no Parque Ibirapuera, recebe um evento que dá água na boca, saciedade às mãos e conforto aos olhos. São, na verdade, três acontecimentos em um: a Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia – Bio Brasil Tech, a Feira Internacional de Alimentação Saudável, Produtos Naturais e Saúde – Natural Tech, e (o que mais nos interessa aqui) o Festival da Cozinha Vegetariana, na sexta edição em 2014. Todas com entrada gratuita.

O evento foi realizado pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) Foto: Giovana Moraes Suzin/Arquivo Pessoal

O evento foi realizado pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB)
Foto: Giovana Moraes Suzin/Arquivo Pessoal

Vegetariana há seis anos, fui lá conferir. Ansiosa e empolgada que sou, achei difícil conter os sentidos: eram cerca de 150 expositores, entre marcas já velhas conhecidas (do mercadinho natural onde faço visitas frequentes), a selos novos e diretamente dos produtores. O melhor: todos eles querendo me conquistar. Não, não estou me achando não, mas os preços estavam bem mais baixos do que na vendinha costumeira e, em caso de dúvida do que levar, era possível ganhar uma amostra grátis a cada estande.

Além de estandes e demonstrações culinárias, o Festival da Cozinha Vegetariana teve palestras Foto: Giovana Moraes Suzin/Arquivo Pessoal

Além de estandes e demonstrações culinárias, o Festival da Cozinha Vegetariana teve palestras
Foto: Giovana Moraes Suzin/Arquivo Pessoal

Biscoitos funcionais. Leite de arroz. Mini-almôndegas de soja. Cachaça orgânica. Sorvete de batata-doce com beterraba – sem agrotóxicos. Chás, mel e florais. Frutas exóticas desidratadas. Bolinhos de farinhas enriquecidas. Chocolate 80% cacau, diretamente da Amazônia. Diversos tipos de cosméticos naturais e cruelty-free (ou seja, não são testados em animais). E ainda os produtos sem amostra, como panelas ecológicas, suplementos alimentares e roupas de algodão orgânico. Fora algumas excentricidades, como as velas de ouvido artesanais (isso mesmo, se acende uma vela no ouvido da pessoa que retira a cera “entupida” no orifício) e a yoga para os olhos (do mesmo entusiasta da “ginástica cerebral”).

O denominador comum de todos eles: possuem públicos exigentes e preocupados com o que consomem. A grande maioria tenta seguir princípios de sustentabilidade socioeconômica e ambiental. Quase todos orgânicos. Alguns fazem o rastreamento de suas cadeias de produção e outros garantem pagamentos justos aos seus trabalhadores. Muitos não usam nada de origem animal. E, por esse motivo, o 6.º Festival de Cozinha Vegetaria orna tanto com o espaço.

Ali, numa esquina do pavilhão, foram feitas 26 demonstrações culinárias, comandadas por donos de restaurantes, chef conhecidos do público vegetariano e por blogueiros ativistas. Em cada uma, entre 60 e 100 pessoas puderam aprender novas receitas e ver de perto as demonstrações de preparo. Teve comida indiana, japonesa e chinesa, culinária crudívora, macrobiótica, fast food e gourmet, de forma a agradar os mais variados paladares. Teve gente que veio de longe só para o Festival, teve gente que estava ali pela feira e abraçou a causa.

Natalia Soares, do blog Chubby Vegan, fez uma mousse de chocolate em sua demonstração culinária Foto: Quezia Fernandes/Divulgação

Nathalia Soares, do blog Chubby Vegan, fez uma mousse de chocolate em sua demonstração culinária
Foto: Quezia Fernandes/Divulgação

Vi a chef Nathalia Soares, conhecida na internet como Chubby Vegan, fazer uma receita muito simples e que é sucesso garantido.  O mousse de chocolate vegano, que levava morangos e hortelã, não necessita de habilidades avançadas na cozinha, apenas uns poucos ingredientes e uma larica das boas, o que a fez perfeita pra mim. Aprendi também como usar o ágar-ágar, uma espécie de gelatina dos vegetarianos, feita de alga, e que pode ser usada para dar consistência a receitas doces. Quem ficou até o final, pode provar essa e as outras delícias feitas na hora no festival.  As demonstrações gastronômicas foram organizadas pela Sociedade Vegetariana Brasileira, que este ano também comandou o restaurante da feira – apenas com comida vegan, uma vitória da associação.

E, quem quisesse mais informação, ainda podia assistir a palestras de todos os temas que apareceram nesse texto. Tá bom, não é o paraíso, mas, pelo menos, é o equivalente ao banquete de um oásis.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]