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Foto: Letícia Akemi/HAUS
Foto: Letícia Akemi/HAUS| Foto: Gazeta do Povo

Como curitibano, a “Gazeta do Povo” faz parte da minha vida. Sem desmerecer dos outros jornais, que deram seus recados e foram tragados pela virtualização e outros fatores, o “teor de curitibanidade” da Gazeta fez dela o jornal da cidade – e como tal, reconhecido. Como assíduo frequentador da Banca Nanicão do seu Melo, escutei com frequência:

- Prá saber o que acontece nesta cidade, tem que ler a Gazeta.

Desde o pregão dos Pequenos Jornaleiros, saindo de sua sede à Rua Saldanha Marinho e carregando seus fardos, com uma forte tira de couro a tiracolo, o jornal era privilegiado com uma sílaba mais longa:

- Olha o Diário Estado Gazeeeeeeeeta!

Na época em que a edição de domingo era um volume a exigir sacola – e rivalizava com os jornais paulistas – era um referencial. Escutei, num domingo:

- Até que horas fica aberta a sua banca?

- Até acabar a Gazeta…

Key Imaguire Junior
Key Imaguire Junior

Transformações acontecem independentes da nossa vontade, e numa rapidez na qual é difícil avaliar o que vem para o bem ou nem tanto. O impacto de tecnologias como o xerox, o digital, da “informação no bolso” com o celular – só o tempo mostrará para onde levam a perplexa raça humana.

Quando, numa das reformulações mais recentes, veio o convite para escrever uma crônica mensal para a Haus – considerei-o como uma espécie de continuação dessa relação antiga e amigável. Algo para além das biografias escritas – e autorizadas – pelo José Carlos Fernandes e Fernanda Trissoto, e outros jornalistas, todos amigos embarcando nas minhas “causas perdidas” em defesa do Patrimônio Cultural. Além, evidente, da satisfação de participar com meu grão de areia em um dos mais fortes gêneros literários brasileiros, a crônica.

Tentei ser cordial em relação à sóbria linha editorial do jornal – mas dando meu recado. Afinal, num convite feito à minha pessoa, é lógico supor que se refere às minhas idéias, por menos palatáveis que sejam elas. Mas, sempre que alguém me fez referência aos textos publicados, foi em apoio.

Então é isso: foi prazeroso produzir essas quase cinquenta crônicas, esgravatar minha memória em busca de temas e, em busca de imagens ilustrativas e embelezadoras das páginas, nos arquivos fotográficos da Marialba – com contribuições do Washington Takeuchi e até da minha ex-aluna Livia Yu Iwamura.

Além do pessoal da Gazeta e da Haus que administrou o processo, meu agradecimento às pessoas que me paravam na rua ou nos intervalos das palestras para elogiar – modéstia às favas, sempre para elogiar – meus textos.

Valeu!


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