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Entre o passado e o presente em Berlim
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Arquivo pessoal
Edifício Reichstag, atual parlamento alemão foi incendiado em 1933 e simbolizou o fim da democracia na Alemanha

Berlim foi a capital da Europa que mais me impressionou. É, sem dúvida, a mais marcante. Viajar pelo velho continente é como entrar no túnel do tempo e reviver toda história da humanidade, das guerras aos impérios. Porém, em Berlim, a história é mais presente que passado, é recente, está viva pelas ruas da cidade, pulsante nas veias do povo alemão.

A capital da Alemanha tem uma trajetória conturbada, pesada e também fascinante. Em praticamente 100 anos, Berlim foi capital do Império Alemão de 1871 até 1918; de 1933 a 1945 foi capital do Terceiro Reich de Adolf Hitler; destruída durante a II Guerra e após, dividida pelo muro de Berlim (mais de 155 quilômetros) em Oriental e Ocidental, de 1961 e 1989; e em 1989 foi reunificada com a queda do muro. Nazistas, soviéticos, franceses, ingleses e norte americanos dominaram Berlim e marcaram para sempre a história da cidade e do país (sem falar no mundo) em um lugar imprescindível, necessário, inigualável.

Arquivo pessoal
Berliner Dom, a Catedral de Berlim foi construída entre 1894 e 1905 em estilo renascentista italiano

Passear por Berlim e conhecer os monumentos, as praças, os bunkers, os pedaços do muro, as ruas principais onde os nazistas fixaram sua sede é pesado, angustiante, mas ao mesmo tempo instigante e enriquecedor. Hoje, tudo em Berlim é novo, recuperado, reconstruído e o guia do ônibus de turismo que peguei durante dois dias explicava: “esse bairro é novo porque tudo foi destruído durante a II Guerra… ou, esse é o edifício mais antigo da cidade, foi o único que ficou em pé depois da guerra”. Berlim se reinventou.

Passamos 4 dias intensos na casa da Yasmim e Rudy, amigos do Seba e pais do seu afilhado Rafa, um austríaco-mexicano de nem dois anos, doce e carismático. Quase não parei em casa porque estava encantada com a cidade e queria devorá-la. Berlim é grande e não se recomenda fazer a pé. Por isso e pela saúde dos meus pés ainda inflamados peguei o tradicional ônibus de turismo por dois dias, esses que têm guias em diversas línguas e que você pode subir e descer nos principais pontos, quantas vezes quiser.

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O bonequinho simpático Ampelmann chama a atenção de todos ao cruzar as ruas

Repare nos inúmeros semáforos da cidade como estão sinalizados. Ao invés de sinais abstratos verde, vermelho e amarelo, Berlim oriental institui em 1969 um bonequinho simpático chamado Ampelmann, famoso na cidade e que tem até loja própria.

Comecei fazendo uma caminhada da Alexanderplatz, uma das principais praças e ponto de referência da cidade onde está a Berliner Fernsehturm (uma torre de TV ícone da cidade com uma vista magnífica), até a lindíssima Berliner Dom (catedral) e a Museumsinsel, a “ilha dos museus” onde ficam o Pergamon, e o Neues Museum entre outros. No Pergamon a atração principal são a porta da Babilônia e o Altar de Pérgamo e no Neues, o busto da Nefertiti.

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Alexanderplatz, a praça mais famosa de Berlim com a Fernsehturm, a torre de TV símbolo do lado comunista e o relógio que marca a hora de todos os países

Segui a pé pela Avenida Unter den Linden, uma das principais, até o Portão de Brandemburgo, símbolo poderoso da cidade com mais de 200 anos de história e o Memorial do Holocausto, uma quadra inteira construída com blocos de concreto em homenagem aos judeus mortos pelos nazistas.

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Topografia do Terror – museu que mostra a história do local que foi sede do Gestapo, SS e Escritório Principal de Segurança do Terceiro Reich

Terror nazista
Percorri Berlim no segundo e terceiro dia com o ônibus de turismo que passa por todos os principais pontos, como a nova estação de trem, Hauptbahnhof; uma das maiores lojas de departamento do mundo, a KadeWe – Kaufhaus des Westens, a Siegessäule – a coluna da vitória, símbolo da vitória militar prussiana no século 19. Então o tour começa a ficar mais tenso e interessante quando chegamos na Topografia do Terror, um museu a céu aberto no terreno que entre 1933 e 1945 foi sede das instituições mais importantes da maquinária do terror e perseguição nacional-socialista: a central da polícia política do Estado (Gestapo), SS – Esquadrões de proteção ou “Schutzstaffel”, Serviço de Segurança (SD) das SS e, a partir de 1939, o escritório principal de segurança do Terceiro Reich.

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Checkpoint Charlie, antigo posto militar americano, passagem entre os lados oriental e ocidental durante a Guerra Fria

Há poucos metros dali está o Checkpoint Charlie, um antigo posto militar americano, ponto de passagem famoso entre os lados oriental e ocidental durante a guerra fria.

Depois desse banho de história cruel, seguimos para ver os fragmentos do muro que tinha mais de 155km e hoje restam alguns fragmentos espalhados pela cidade. O maior pedaço preservado, cerca de 1,3 km, está na rua Mühlenstraße, chamado East Side Gallery – o “Memorial Internacional da Liberdade” onde artistas do mundo inteiro se reuniram espontaneamente para pintar.

Um tour que gostaria de ter feito, mas não deu tempo foi o Berliner Unterwelten E.V. É um passeio guiado em diversos idiomas por um “Bunker” utilizado para proteção durante a II Guerra Mundial. É preciso ver anteriormente no site quais os dias e horários dos tours. Não é permitida a entrada individual, somente grupos guiados.

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Muro preservado do East Side Gallery – o “Memorial Internacional da Liberdade” e a pintura famosa “O beijo”

Da mesma forma acontece para visitar o histórico Reichstag, o atual Parlamento alemão. Erguido a partir de 1884, incendiado 1933 e bombardeado durante a II Guerra foi reconstruído apenas em 1956. Sua cúpula estava totalmente destruída e foi reconstruída pelo arquiteto Norman Foster. Hoje é possível visitá-la gratuitamente, mas com agendamento pelo site com pelo menos três dias de antecedência.

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Vista de dentro da cúpula do Reichstag

Para encerrar os dias em Berlim de forma mais leve fui conhecer o Madame Tussauds Berlim, um passeio divertido no museu de cera com astros e estrelas de todo o mundo.

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No divã mais famoso do mundo com Freud – Madame Tussauds
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A Siegessäule – a coluna da vitória
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Exposição que conta a história da ocupação nazista no museu Topografia do Terror
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Fragmentos do muro de Berlim que foi derrubado em 1989, marcando o fim da Guerra Fria
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Interior da Berliner Dom que foi bombardeada em 1944 e reconstruída em 1975
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Memorial do Holocausto
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Museumsinsel, a “ilha dos museus”
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Porta da Babilônia no Pergamonmuseum
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No alto do Reichstag, no final da II Guerra Mundial em 1945, o exército soviético ergue a bandeira como sinal da vitória sobre a Alemanha nazista
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Checkpoint Charlie
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O velho e o novo nos prédios do parlamento alemão à noite
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Rudy, Yaz, Seba e Rafa
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O Portão de Brandemburgo foi o símbolo da queda da Cortina de Ferro

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Nosso próximo destino: Praga!

Venha com a gente nessa viagem: raphaeseba@gmail.com e acesse Facebook

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