O produtor brasileiro nunca esteve tão protegido. Segundo dados da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), o volume de receita gerado pelo setor (que inclui diferentes modalidades de seguro) nos primeiros oito meses do ano ultrapassa os R$ 2,3 bilhões, uma alta de 17,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
Embora seja um negócio promissor, o número é considerado baixo. No Brasil, apenas 11 milhões de hectares de terra contam com algum tipo de seguro, o que representa menos de 10% das áreas cultiváveis do país. Segundo o presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Wady Cury, nos Estados Unidos, 90% da área plantada está segurada. “São US$ 110 bilhões em apólices”, afirma.
No Brasil, 40% dos contratos de seguro contam com subvenção do governo federal. No restante dos casos, os produtores arcam integralmente com os prêmios de contratação das seguradoras. Na última safra, as empresas nunca pagaram tanta indenização. Foi aproximadamente 1,1 bilhão de reais para produtores, principalmente de soja e milho, do Matopiba (Maranhã, Tocantins, Piauí e Bahia) e do Centro-Sul, regiões que sofreram com as secas provocadas pelo El Niño.
Além da desinformação e desconfiança dos produtores sobre as vantagens em proteger a produção e a receita, falta aporte financeiro do Ministério da Agricultura (Mapa). Responsável pelo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, que arca com uma parcela dos custos de aquisição do seguro, o Mapa prevê que o seguro rural de 2017 terá subvenção de até R$ 450 milhões, apenas 50 mi a mais que neste ano. “Solicitamos R$ 700 milhões, mas (o Orçamento) já foi ao Congresso com cortes”, disse o diretor do Departamento de Gestão de Risco da pasta, Vitor Ozaki. Até setembro foram utilizados R$ 186,16 milhões da subvenção para seguro agrícola.
*O jornalista viajou a convite FenSeg
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