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No domingo de folga, carpaccio, cabrito e brûlée de caqui
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Brûlée de caqui ao creme de mel e gengibre. (Foto/ Anacreon de Téos)

Fazia tempo que não vinha um domingo de folga. Para ser preciso, foi o primeiro do ano – nos demais, futebol direto em transmissões para a TV. E como não tem nada melhor do que curtir a casa com boa comida, lá se foi esse brioso Anacreon de Téos às compras para matar vontades, cumprir desejos.

Você tem fome de quê? De cabrito – de pronto Graça respondeu. Com a decisão do prato principal, imaginar o restante já ficou bem mais fácil. Tínhamos carpaccio no freezer (Bassi, muito bom, vale a recomendação, pois há alguns que são aguados, pálidos e sem sabor). E mesmo vindo com o molho também congelado, decidimos por fazer o próprio molho, na receita do maior concorrente do Bassi, o Wessel, que até lembra em seu blog ter sido responsável pelo lançamento do carpaccio para venda externa no Brasil em 1980 (depois de ter surgido no restaurante do Hotel Ca D’Oro).

Carpaccio, aliás, que naqueles tempos foi definido pelo já extinto Jornal da Tarde (do grupo do Estadão) como “carne crua para quem não gosta de carne crua”. Na ocasião, o máximo que havia por aqui era o quibe cru dos árabes. A propósito, o carpaccio foi criado em Veneza, no Harry’s Bar, em homenagem ao pintor veneziano Vittore Carpaccio (1460 – 1525). Era cortado à mão e batido entre duas folhas de celofane, fatia a fatia.

Para o prato principal consegui T-Bone de cabrito no Açougue Pé de Boi, do Mercado Municipal. T-Bone de cabrito não é qualquer um que tem, nem a qualquer hora. Para não ficar com aquela ponta pendurada (sei disso, é a marca do T-Bone, mas achei que poderia ser arredondado), amarrei com um barbante e ficou bonitinho. Difícil foi torear o barbante na hora de grelhar. A receita escolhida foi uma que já publiquei, tempos atrás, 2007, nos tempos do Estadinho. Receita de Duda Bueno, então chef do Santillana del Mar, um restaurante/bar de sotaque espanhol que funcionava na República Argentina. Não sei por onde anda o cozinheiro, mas fica aqui o registro das peças de cabrito grelhadas e servidas sobre uma cama de legumes também grelhados e finalizados com vinho branco. Bom, muito bom.

De sobremesa, uma inspiração da revista Bom Gourmet, que acaba de sair. Nela há uma matéria sobre caqui e sobre o aproveitamento que se dá à fruta, tanto em pratos salgados quanto em doces. Ousei incluir aqui uma receita de caqui que sempre faz sucesso de sobremesa, o Caqui Brûlée, que, além de saboroso, tem um visual bem bonito, ressaltando a cor da fruta com o brilho do açúcar queimado formando a crosta.

Um vinho branco primeiro, um tinto depois e outro de sobremesa e lá se foi o domingo de folga. Com muito prazer e a sensação de ainda haver muitos sabores a explorar.

Quer conferir as receitas? Vamos lá, então.

Molho de carpaccio Wessel

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Carpaccio, com molho caseiro, a entrada. (Foto/ Anacreon de Téos)

Ingredientes

2 colheres (chá) de salsinha picada

2 colheres (chá) de alcaparras picadas

1 colher (chá) de suco de limão

2 colheres (chá) de mostarda

1 colher (chá) de molho inglês

2 colheres (sopa) de azeite de oliva

2 colheres (sopa) cheias de queijo parmesão ralado na hora

Pimenta-do-reino moída na hora

Sal

Preparo

Misture todos os ingredientes em uma tigela, com exceção do sal, pimenta e parmesão.

Experimente. Se faltar sal (pois a alcaparra é salgada), acrescente um pouco.

Disponha umas 8 fatias de carpaccio em cada prato individual.

Sobre a carne, espalhe o molho da tigela e deixe descongelar.

Na hora de servir, moa por cima de cada prato a pimenta do reino e espalhe o queijo.

Rendimento: 4 porções.

T-bone de cabrito em leito mediterrâneo e hortelã frita

T-bone de cabrito em leito mediterrâneo e hortelã frita, o prato principal. (Foto/ Anacreon de Téos)

Ingredientes

600g de t-bone de cabrito

1 abobrinha verde

1 pimentão vermelho

1 pimentão amarelo

1 berinjela

1 cenoura

azeite de oliva

hortelã

salsinha

50 ml de vinho branco

Preparo

Corte os legumes em finas tiras, grelhe individualmente até ficarem macios. Misture todos.

Tempere o cabrito com sal e pimenta e grelhe em azeite de oliva por 2 a 3 minutos de cada lado e reserve.

Na mesma frigideira em que foi grelhado o cabrito, aqueça os legumes e adicione o vinho branco. Espere evaporar o álcool e salpique salsinha fresca.

Frite em azeite algumas folhas de hortelã até ficarem crocantes e reserve num papel toalha.

Num prato raso, monte ao centro os legumes, sobre eles coloque os pedaços de T-bone e decore com a hortelã frita.

Rendimento: 2 porções.

Brûlée de caqui

Brûlée de caqui, a sobremesa. (Foto/ Anacreon de Téos)

Ingredientes

2 caquis fuyu

Açúcar demerara

180g de creme de leite fresco

1 colher (sopa) de mel

1 colher (sopa) de raspas de laranja

1 colher (café) de gengibre em pó

1 colher (sopa) de licor de laranja (cointreau, grand marnier ou curaçau)

Preparo

Aqueça o grill do forno (se não tiver, ligue o forno na temperatura máxima).

Corte os caquis ao meio e coloque-os numa assadeira, com o lado cortado para cima.

Polvilhe o açúcar em cima por toda a superfície das frutas.

Leve os caquis ao forno e deixe-os até que estejam dourados (se quiser pode completar com o maçarico para obter a crocância).

Enquanto os caquis estão no forno, prepare o creme para servir como acompanhamento, misturando o creme de leite com o mel. Acrescente ao creme as raspas de laranja, o licor e o gengibre em pó.

Sirva os caquis com uma boa colher do creme ao lado.

Rendimento: 2 porções.

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