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Terroir é um termo francês sem uma tradução precisa. Por isso mesmo o mundo inteiro o emprega na linguagem original. Nos vinhos, significa uma ou mais castas, um solo e um microclima, onde as castas se adaptam perfeitamente e geram um vinho de características singulares. Os dois fatores principais são a casta e o solo. Por exemplo, um dos mais famosos terroirs do mundo é a Borgonha, onde há cerca de um milênio a casta Pinot Noir foi adaptada para os vinhos tintos. Noutra região francesa famosa, Bordeaux, as castas adaptadas ao solo são a Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc, predominantemente, nos tintos. Cada localidade, um solo diverso, um microclima diverso e uma casta específica e diferente. O resultado: vinhos únicos, especiais, de personalidade própria e inconfundível. Nem se cogita plantar Pinot Noir em Bordeaux; nem Cabernet na Borgonha.

O terroir não se circunscreve a uma região. Dentro da mesma região, há manchas de solos distintas, onde a mesma casta produz vinhos diferentes do que em manchas adjacentes. Por exemplo, o grande Château Lafite Rothschild. Um seu vizinho, com as mesmas castas, produz um vinho diferente, menos complexo e que custa muito menos. O vizinho de seu vizinho, outro vinho ainda menos complexo e mais barato ainda. E o próximo vizinho já nem uva possivelmente plante. É uma diversidade natural, que a técnica ainda não conseguiu superar, felizmente, senão teríamos indústria de refrigerantes alcoólicos e não vinícolas.

Agora, não basta a natureza fazer sua parte. O vinho é fruto também do trabalho e do engenho humano. Há todo o trabalho para a escolha e adaptação de uma ou mais castas a certa região. Muitas gerações, às vezes, séculos, até o resultado mais perfeito possível, como é o caso das regiões europeias mais antigas. Mas não só. Mesmo sobre um terroir já consolidado, o vinicultor precisa também empregar sua arte e lavor no intuito de retirar o melhor potencial que o terroir pode oferecer, em termos de qualidade e distinção dos vinhos, assim como aprimoramento das cepas e seus muitos clones. É o nirvana quando ocorre a combinação de produtor talentoso com um grande terroir. Por exemplo, Domaine de la Romanée-Conti, Château Pétrus e assim por diante, com todos os mais famosos vinhos do mundo. A magia da natureza aliada à arte e dedicação do homem, resultando em vinhos únicos, inspiradores e apaixonantes.

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