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Na porta de casa
| Foto: Antônio More / Gazeta do Povo
Antonio More/Gazeta do Povo

Carolina Moreira Lara, relações públicas, faz parte do clube de vinhos Sociedade da Mesa há quatro anos. Desde que voltou de uma temporada morando na França (na Alsácia), onde fez intercâmbio, ela passou a se interessar mais por vinhos. A decisão por se associar se deu porque a oferta nas lojas de vinhos e até supermercados é muito grande. “A gente fica meio perdido e, além disso, eles nos enviam vinhos do mundo inteiro”, comenta.

A bebida que mais a surpreendeu foi da Bulgária. Mas, a maior felicidade de Carolina foi identificar recentemente um vinho bouchonée (caracterizado pelo cheiro desagradável e muitas vezes estragado por causa da contaminação da rolha de cortiça por fungos), “Fiquei feliz com essa conquista”, afirmou.

Carolina engrossa a corrente de pessoas que optaram por receber vinhos na comodidade de casa mediante uma assinatura mensal. E engana-se quem pensa que os participantes desses clubes são apenas conhecedores de vinho. “Somos procurados tanto por pessoas que gostam e querem conhecer mais o mundo dos vinhos como por apreciadores mesmo”, diz Paula Morales, responsável pela comunicação do Socie­dade da Mesa, clube criado em 2004 e que hoje conta com 13 mil associados no Brasil.

Mas, são os homens que ainda dominam esse universo. No Dioniso Wine Club, por exemplo, a grande maioria são homens com idades entre 35 e 50 anos, diz Leandro Guimarães, gerente de Relacionamen­to e Eventos da empresa, que contabiliza mais de 3 mil associados.

Preço convidativo

A principal característica dessas associações é a possibilidade de degustar vinhos de todo o mundo. No Clube W, a equipe de selecionadores participa regularmente de feiras internacionais e nacionais. O Sociedade da Mesa, por exemplo, faz parte do grupo de vinhos Vinoselección, que reúne clubes de países como Espanha, Itália, Portugal, Canadá e Estados Unidos o que facilita o acesso às bebidas.

O que também atrai muitas pessoas é o preço, mais baixo do que o de mercado. Na última remessa do Dioniso foram enviados dois franceses e quatro argentinos com o valor total de R$ 330,40 (um desconto de 34% em relação ao preço de mercado). A última entrega da Sociedade da Mesa foi o espanhol Otazu Reserva 2005, que custa no mercado R$ 150 e para os associados pagaram R$ 46.

Entenda como operam os clubes de vinhos

Ao associar-se a um clube de vinhos, os membros podem adquirir vinhos a partir de R$ 39 (preço médio da garrafa do Sociedade da Mesa). Algumas empresas ainda oferecem frete gratuito. No ClubeW, já são 18 mil associados. Eles escolhem se querem receber dois, quatro ou seis rótulos com frete grátis. É possível pular a seleção até duas vezes no ano.
O valor das assinaturas parte de R$ 80 por mês, mas o preço varia conforme o mês. Na última seleção enviada, o valor foi de R$ 100, correspondente a duas garrafas do francês Auguste Bessac. A empresa garante que são praticados valores até 40% abaixo de mercado. O associado ainda recebe uma revista.

No Sociedade da Mesa não há cobrança de outra taxa, além do valor da bebida. Paula Morales explica que o “kit” pode ser de quatro vinhos de um mesmo rótulo ou até mesmo um mix de vinhos já enviados com os selecionados no mês. Quando o associado prefere o mix, deve avisar a empresa. O mesmo vale para quem quer “pular” uma seleção. O frete varia conforme a região. Junto com os vinhos, os associados recebem uma revista de enogastronomia. Há ainda a assinatura dos grandes vinhos, enviados trimestralmente. Neste caso, o valor médio de cada garrafa é de R$ 100.

O Dioniso Clube de Vinhos na verdade é um clube de relacionamento, destaca Leandro Guimarães. Além das seis remessas anuais, os associados têm à disposição jantares harmonizados (em São Paulo), cursos, viagens, descontos na compra de adegas da Maison des Caves (há uma unidade em Curitiba) e em hotéis. Para participar, o interessado paga uma taxa única e vitalícia de R$ 190 – e recebe um kit com duas taças e um saca-rolha — e mais o preço dos vinhos, que chegam a ser 40% mais em conta que o de mercado. São seis garrafas, sendo duas de cada rótulo. O frete é subsidiado pelo Dioniso. O clube foi um dos primeiros do Brasil, criado em 1999 com o nome de Baco.

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