Houve apenas duas divergências entre a equipe e Schulz em “O Natal de Charlie Brown”. A primeira, uma citação da Bíblia que o cartunista exigia.
Mendelson acreditava que não caberia uma referência religiosa em uma obra de entretenimento. Mas o cartunista, que aumentara sua fé ao sobreviver à Segunda Guerra Mundial, mesmo sem dar um tiro, como ressaltava, era irredutível: queria que Linus, o menino do cobertor, recitasse um trecho de “O Evangelho de São Lucas”.
A questão é que o cartunista queria um minuto de citação, uma eternidade para uma animação de meia hora. Problema que Mendelson e Melendez tiveram de resolver.
Outra divergência foi a proibição de claques. Schulz odiava a graça forçada das gargalhadas, acreditando que o público não precisava ser avisado do momento certo para rir.
“Deixem que as pessoas assistam da forma que quiserem”, determinou o cartunista, que sempre considerou essa a sua mais valiosa decisão nos desenhos animados.
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