Em uma cidade paralisada pelo estado de alerta, um cinema ousou abrir as portas para exibir “Black”, uma versão thriller, tensa e violenta de “Romeu e Julieta”, de Shakespeare, encenada entre as gangues do desfavorecido distrito de Molenbeek em Bruxelas, acusado de fomentar ataques suicidas.
Enquanto escolas, lojas e os principais cinemas ficaram fechados, e autoridades caçavam suspeitos de serem militantes islâmicos, o cinema independente Aventure, no centro de Bruxelas, colocou uma mensagem no seu site dizendo que havia decidido abrir as portas para o caso de as pessoas quererem se distrair.
Uma dezena de pessoas ocupou os assentos para assistir a “Black”, um filme que mesmo antes de os ataques de 13 de novembro em Paris serem relacionados com Molenbeek, já era um retrato perturbador e autêntico da vida nas áreas desfavorecidas de Bruxelas.
Dirigido por Adil El Arbi e Bilall Fallah, dois belgas com raízes marroquinas, o filme mostra fala sobre aqueles que crescem acreditando que a cor da sua pele e o lugar onde moram podem significar não ter futuro.
“As pessoas pensam que você é traficante ou terrorista. Para um monte de jovens, é difícil sair do seu grupo de amigos. Há somente exemplos de não conseguir trabalho. Eles pensam por que deveriam até mesmo tentar”, afirmou El Arbi por telefone à Reuters.
O filme, que ganhou um prêmio no festival internacional de Toronto neste ano, promete dar um futuro artístico a alguns deles.
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